"Penso que os Estados Unidos devem reagir (...). Não é claro quem está a monitorizar tudo isto e como", insistiu Zelensky durante uma conferência de imprensa em Paris, no final de uma cimeira de países aliados, referindo que "os norte-americanos dizem acreditar no silêncio (das armas) no Mar (Negro) e no setor energético".
Nos últimos dias, a Rússia e a Ucrânia acusaram-se mutuamente de violar a frágil moratória sobre ataques a infraestruturas energéticas.
O Ministério da Defesa russo alegou que os ucranianos tinham como alvo três destas instalações em solo russo e na Crimeia, península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, o que Kyiv negou.
A artilharia russa disparou contra a cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, ao longo do dia de hoje, cortando o fornecimento de energia à maioria dos residentes e matando duas pessoas.
Perante estes ataques, Zelensky voltou a repetir o apelo às autoridades norte-americanas para que reagissem e condenassem a atitude de Moscovo.
Também presente na cimeira na capital francesa, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni - dividida entre o seu apoio a Kyiv e as suas boas relações com a administração norte-americana liderada pelo presidente Donald Trump - disse esperar que uma delegação norte-americana marque presença em futuros encontros promovidos pelos aliados europeus, sublinhando "a importância de continuar a trabalhar com os Estados Unidos para pôr fim ao conflito".
A cimeira de hoje em Paris, que durou mais de três horas no Palácio do Eliseu e contou com mais de 20 países, incluindo Portugal, foi concebida especialmente para discutir garantias de segurança para Kyiv.
As garantias incluem um possível destacamento militar europeu no âmbito de um futuro acordo de paz com a Rússia, que ainda é muito hipotético.
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