Guterres preocupado com "situação alarmante" no Sudão do Sul

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou hoje preocupação com a "situação alarmante" no Sudão do Sul, após a detenção do vice-presidente, Riek Machar, que "aproxima ainda mais o país" de uma nova guerra civil.

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© CARLOS COSTA/AFP via Getty Images

Lusa
27/03/2025 18:17 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Sudão do Sul

"Alertamos para o facto de este ato aproximar ainda mais o país de um deslize para a guerra civil e para o desmantelamento do acordo de paz", declarou Guterres através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric, e apelou aos dirigentes do país para que "coloquem os interesses do seu povo em primeiro lugar".

 

"O povo do Sudão do Sul não pode suportar outra guerra civil", disse o porta-voz, observando que 9,3 milhões de pessoas no país já precisam de assistência humanitária.

"É vital que os líderes do país coloquem os interesses do seu povo em primeiro lugar", sublinhou.

O apelo do secretário-geral das Nações Unidas segue-se a outros, nomeadamente de organizações internacionais africanas e vários países europeus, africanos e dos Estados Unidos.

O Presidente do Quénia, William Ruto, anunciou que decidiu enviar "um enviado especial ao Sudão do Sul para manter conversações, tentar desativar a situação e manter-nos informados" e disse através duma publicação na rede social X (antigo Twitter) que teve "uma conversa telefónica com o Presidente, Salva Kiir, sobre a situação", após conversações com o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, e com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed.

Várias embaixadas ocidentais, incluindo a União Europeia e os Estados Unidos, apelaram hoje ao diálogo entre as autoridades e a oposição e a um "cessar-fogo imediato" no Sudão do Sul, que está à beira de retomar a guerra civil.

As embaixadas, incluindo as da França, Alemanha, Holanda, Noruega e Reino Unido, expressaram preocupação numa declaração conjunta após a prisão, na noite passada, do vice-presidente do Sudão do Sul e líder da oposição, Riek Marchar, preso pelas forças do Presidente Salva Kiir.

A comunidade internacional teme um ressurgimento do conflito e já começou a tomar medidas, como o Governo da Suécia que instou hoje os seus cidadãos a evitarem viagens ao Sudão do Sul devido à instabilidade e ao aumento da violência e aconselhou todos os suecos que lá se encontrem a abandonarem o país.

O Governo norueguês anunciou, na quarta-feira, o encerramento temporário da sua embaixada em Juba, capital do Sudão do Sul, após a Alemanha ter feito o mesmo, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido reduziram os seus funcionários, apelando também aos seus cidadãos que deixem o país.

Na quarta-feira, o vice-Presidente, Riek Machar, foi detido pelas forças leais ao Presidente sul-sudanês e o partido de Machar declarou o fim do acordo de paz que tinha posto termo a cinco anos de uma guerra civil sangrenta entre as forças de Kiir e Machar.

A instabilidade no país começou a aumentar com confrontos violentos quando uma milícia rebelde, o Exército Branco, tomou uma guarnição do exército em Nasir, no estado setentrional do Alto Nilo, e raptou soldados, o que desencadeou várias detenções em Juba contra apoiantes da oposição liderada por vice-Presidente sul-sudanês.

Entre 2013 e 2018, o Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo, enfrentou uma guerra civil sangrenta que causou a morte de quase 400 mil pessoas e quatro milhões de deslocados.

Leia Também: Sudão do Sul. Organizações e ONU temem nova guerra civil e pedem diálogo

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