Israel admite ter disparado contra ambulâncias em Gaza

As forças israelitas admitiram hoje que dispararam contra ambulâncias na Faixa de Gaza, depois de considerarem os veículos suspeitos, enquanto o Hamas denunciou um "crime de guerra" que resultou num morto e 14 desaparecidos.

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© BASHAR TALEB / AFP

Lusa
28/03/2025 23:55 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O incidente ocorreu no domingo no bairro de Tal al-Sultan, no oeste de Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza na fronteira com o Egito, onde as tropas israelitas voltaram à ofensiva em 20 de março, dois dias depois de as forças israelitas terem retomado os bombardeamentos aéreos no pequeno território costeiro após uma trégua de quase dois meses.

 

"Poucos minutos" depois de os soldados "terem eliminado vários terroristas do Hamas" abrindo fogo contra os seus veículos, "outros veículos moveram-se suspeitamente em direção aos soldados", detalhou o Exército de Israel, num comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).

"Os soldados responderam abrindo fogo contra os veículos suspeitos, matando vários terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica", acrescentou o comunicado, sem mencionar qualquer tiro disparado desses veículos contra os soldados israelitas.

Ainda de acordo com o Exército, "uma investigação preliminar estabeleceu que alguns dos veículos suspeitos [...] eram ambulâncias e camiões de bombeiros", sem adiantar mais pormenores, denunciando "a utilização repetida [...] por organizações terroristas na Faixa de Gaza [...] de ambulâncias para fins terroristas".

Na segunda-feira, a Defesa Civil de Gaza anunciou, em comunicado, que não recebeu notícias de uma equipa de seis socorristas de Tal al-Sultan que tinha sido enviada de urgência no dia anterior para responder a relatos de mortes e feridos após o avanço das tropas israelitas.

A mesma fonte adiantou hoje que encontrou o corpo do chefe de equipa e os veículos de resgate, uma ambulância e um veículo de combate a incêndios, e os de uma equipa do Crescente Vermelho, que foram "reduzidos a uma pilha de sucata".

O Crescente Vermelho disse que não recebeu notícias de uma equipa de nove socorristas desde domingo.

"As forças de ocupação cometeram um massacre brutal e deliberado contra equipas da Defesa Civil e do Crescente Vermelho na cidade de Rafah", apontou Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, numa declaração em que denunciou "um crime de guerra".

Já o chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, sublinhou que desde 18 de março "foram atingidas ambulâncias" e "foram mortas equipas de resgate" na Faixa de Gaza.

"Se os princípios básicos do direito internacional ainda valem alguma coisa, a comunidade internacional deve agir [...] para garantir que são respeitados", acrescentou Fletcher.

Israel rompeu o cessar-fogo em Gaza a 18 de março e desde então os ataques israelitas já causaram mais de 800 mortos e cerca de 1.800 feridos no enclave palestiniano.

Estes ataques interromperam uma trégua entre o grupo radical palestiniano Hamas e Israel iniciada em 19 de janeiro, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.

A ofensiva contra Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Leia Também: Hamas espera que "próximos dias tragam progressos" nas negociações

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