As mortes ocorreram três semanas após os massacres perpetrados contra a minoria alauita de que descende o antigo presidente Bashar al-Assad, deposto em dezembro de 2024 e que se refugiou na Rússia.
Na província de Tartus (oeste), predominantemente alauita, o OSDH informou que seis civis foram mortos numa aldeia, incluindo um funcionário local.
Segundo o OSDH, os atacantes partiram de um antigo campo militar atualmente ocupado por forças dos ministérios da Defesa e do Interior, que regressaram à base após o ataque.
Os atacantes proferiram insultos sectários antes de executarem os seis civis, disse a mesma fonte, citada pela agência francesa AFP.
Em Homs, dois homens armados invadiram uma casa num bairro onde convivem alauitas e sunitas, mataram a sangue frio uma mulher e três dos seus filhos, incluindo uma menina, e feriram o pai.
A família era alauita, segundo o OSDH, uma organização não-governamental (ONG) com sede em Londres que possui uma vasta rede de informadores por toda a Síria.
Dois sunitas que estavam a visitar a família também foram mortos, disse o observatório.
Os agressores eram "um agente de segurança geral e o seu filho", acrescentou.
As novas autoridades sírias têm a difícil tarefa de restabelecer a estabilidade num país dilacerado por 14 anos de guerra civil.
Estes ataques ocorrem quase três semanas após os massacres realizados na costa síria, num contexto de confrontos entre as forças de segurança e apoiantes do clã Assad.
As forças de segurança, os grupos aliados e os jihadistas estrangeiros são acusados de cometer os piores abusos desde o derrube de Assad por uma coligação liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
O OSDH denunciou os massacres contra os alauitas, que fizeram mais de 1.700 mortos e dizimaram famílias inteiras, nomeadamente nos dias 07 e 08 de março.
Antes de executarem ou pouparem as vítimas, os agressores perguntavam-lhes se eram alauitas ou sunitas, segundo os sobreviventes e várias ONG.
O OSDH e os ativistas publicaram vídeos que mostravam execuções de civis desarmados.
De acordo com a ONU, mais de 21.000 pessoas refugiaram-se no norte do Líbano, que faz fronteira com a costa síria.
O presidente interino Ahmad al-Charaa, líder do HTS, prometeu processar os responsáveis e criou uma comissão de inquérito independente, mas as execuções sumárias e os atos de vingança são uma ocorrência regular, segundo o OSDH.
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