Hegseth tinha Internet desprotegida no seu gabinete para usar Signal

O secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, tinha uma ligação à Internet que contornava os protocolos de segurança do Pentágono configurados no seu gabinete, para utilizar a aplicação de mensagens Signal num computador pessoal.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
25/04/2025 06:46 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

EUA

A informação foi adiantada hoje à agência Associated Press (AP) por duas fontes ligadas ao processo.

 

A existência de uma ligação à Internet desprotegida é a mais recente revelação sobre a utilização da aplicação por Hegseth e levanta a possibilidade de que informações confidenciais de defesa possam ter sido colocadas em risco de possível intrusão ou vigilância.

Conhecida como a linha de internet "suja" (dirty, em inglês) pela indústria de tecnologia da informação (IT, na sigla em inglês), liga-se diretamente à Internet pública, onde as informações dos utilizadores e os sites acedidos não têm os mesmos filtros ou protocolos de segurança que as ligações seguras do Pentágono mantêm.

Outros gabinetes do Pentágono utilizaram-nos, principalmente se houver necessidade de monitorizar informações ou sites que, de outra forma, seriam bloqueados.

Mas a maior vantagem de utilizar esta linha é que o utilizador não apareceria como um dos muitos endereços IP atribuídos ao Departamento de Defesa - essencialmente, o utilizador estaria mascarado, de acordo com um alto funcionário norte-americano familiarizado com a segurança das redes militares.

Mas também pode expor os utilizadores a invasões e vigilância. Uma linha "suja" - tal como qualquer ligação pública à Internet - também pode não ter a conformidade de manutenção de registos exigida pela lei federal, disse a autoridade.

Todas as três fontes falaram sob condição de anonimato para discutir um assunto sensível, frisou a AP.

As duas pessoas familiarizadas com a linha disseram que Hegseth a configurou no seu gabinete para utilizar a aplicação Signal, que se tornou um ponto crítico após revelações de que publicou detalhes confidenciais sobre um ataque aéreo militar em dois chats, cada um com mais de uma dúzia de pessoas.

Um dos chats incluiu a sua mulher e o seu irmão, enquanto o outro incluiu as principais autoridades de segurança nacional do Presidente Donald Trump.

Questionado sobre o uso do Signal por Hegseth no seu gabinete, que foi noticiado pela primeira vez pelo The Washington Post, o porta-voz principal do Pentágono, Sean Parnell, disse que o "uso dos sistemas e canais de comunicação pelo secretário da Defesa é confidencial".

"No entanto, podemos confirmar que o Secretário nunca utilizou e não utiliza atualmente o Signal no seu computador governamental", frisou Parnell, em comunicado.

Além de enfrentar perguntas de democratas e republicanos sobre a sua forma de lidar com informações confidenciais, Hegseth demitiu ou transferiu vários conselheiros próximos, estreitando o seu círculo íntimo e aumentando a turbulência após as demissões de vários oficiais militares de alta patente nos últimos meses.

Trump e outras autoridades do governo deram total apoio a Hegseth e culparam os funcionários.

A Agência de Segurança Nacional emitiu um alerta no início deste ano sobre as preocupações de que os hackers estrangeiros possam tentar atingir as autoridades governamentais utilizando o Signal.

A Google também recomendou cautela sobre os hackers alinhados com a Rússia que têm como alvo os utilizadores do Signal.

O uso do Signal por Hegseth está sob investigação pelo inspetor-geral interino do Departamento de Defesa, a pedido da liderança bipartidária do Comité de Serviços Armados do Senado.

Leia Também: Nova polémica 'abala' a Casa Branca. Desta vez o 'culpado' é o Gmail

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