O ataque, que causou um número indeterminado de feridos, aconteceu nas primeiras horas do dia, quando o grupo começou a disparar contra civis na comunidade, disse uma fonte anónima a partir de Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia.
"A minha avó está agora no distrito de Mueda. Fugiu de Ntotué porque a situação não está boa lá", explicou a fonte.
Após a incursão, uma força da Unidade de Intervenção Rápida (polícia) foi chamada ao local.
"Polícia chegou e troca de tiros", disse à Lusa uma outra fonte local.
Os naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade.
Historicamente, os naparamas classificam-se como uma força que se organizou espontaneamente para a autodefesa da população perante a guerra e os seus elementos submetem-se a ritos de iniciação, destinados a dar-lhes alegada "proteção sobrenatural" que acreditam que os torna imunes, até a balas.
Em fevereiro, quatro supostos membros do grupo paramilitar Naparamas foram mortos após confrontos com a Polícia da República de Moçambique (PRM) enquanto tentavam invadir um posto administrativo na província da Zambézia, centro do país, disse, na altura, fonte oficial.
Em 02 de janeiro, supostos elementos do grupo decapitaram um secretário de bairro no distrito de Murrumbala, na província da Zambézia, e colocaram a cabeça da vítima numa praça pública, disse à Lusa fonte policial.
Também na província de Nampula, a PRM atingiu a tiro sete membros do mesmo grupo que tentavam invadir um posto administrativo naquela província do norte do país, afirmaram, em 07 fevereiro, as autoridades policiais, sem confirmar se morreram.
Em 12 de fevereiro, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, pediu ao novo vice-comandante-geral da PRM, Aquilasse Manda, para combater os ataques atribuídos ao grupo paramilitar naparamas, protagonizados na província da Zambézia, indicando que estes "tentam bloquear" vias vitais para o desenvolvimento do país.
O distrito de Mocímboa da Praia está entre os mais afetados pelas ações de grupos terroristas que têm protagonizado ataques na província de Cabo Delgado desde outubro de 2017, incursões reclamadas por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
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