Coanfitrião, juntamente com a União Africana, União Europeia (UE), França e Alemanha, o Reino Unido reservou 120 milhões de libras (140 milhões de euros) nos próximos 12 meses para financiar bens alimentares.
A conferência de um dia junta ministros dos Negócios Estrangeiros e representantes de organizações humanitárias para debater como encontrar uma solução política a longo prazo e facilitar o envio de ajuda à população civil devido ao risco crescente de fome.
Além dos países e entidades organizadoras, também vão participar o Canadá, Chade, Egito, Etiópia, Quénia, Arábia Saudita, Noruega, Qatar, Sudão do Sul, Suíça, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Uganda e os Estados Unidos, juntamente com representantes da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), da Liga dos Estados Árabes (LEA) e das Nações Unidas (ONU).
"Dois anos é demasiado tempo - a guerra brutal no Sudão devastou a vida de milhões de pessoas - e, no entanto, grande parte do mundo continua a desviar o olhar. Temos de atuar agora para impedir que a crise se transforme numa catástrofe total", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, citado num comunicado.
O ministro, que visitou a fronteira do Chade com o Sudão em janeiro, espera que seja possível chegar a um acordo para um conflito com consequências na região e até na Europa.
"A instabilidade não pode alastrar-se - é ela que impulsiona o fluxo migratório do Sudão e de toda a região, e um Sudão seguro e estável é vital para a nossa segurança nacional. O Reino Unido não deixará que o Sudão seja esquecido", vincou.
O financiamento prometido hoje pelo Governo britânico junta-se a um pacote de ajuda de 113 milhões de libras (131 milhões de euros) anunciado por Lammy em novembro.
A guerra no Sudão entre as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) começou em 15 de abril de 2023.
Nos últimos dois anos matou dezenas de milhares de pessoas e obrigou mais de 12 milhões a fugir das suas casas e quase quatro milhões a procurarem refúgio nos países vizinhos.
De acordo com dados das Nações Unidas (ONU), citados em comunicado, 60% dos 50 milhões de habitantes do país - cerca de 30 milhões - precisam de assistência humanitária e as pessoas estão a enfrentar crises sanitárias simultâneas e um acesso limitado aos cuidados de saúde pública.
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