"Nesta época chuvosa em termos cumulativos temos a destacar que foram afetadas 1.838.235 pessoas, sendo de lamentar o óbito de 310 e de 1.255 pessoas feridas, entre outros danos materiais avultados", disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, em declarações à imprensa no final da reunião semanal daquele órgão, em Maputo.
Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Chido, que atingiu o país em 14 de dezembro, registou ainda os ciclones Dikeledi, em 13 de janeiro, e Jude, em 10 de março, totalizando estes três cerca de 170 mortos.
O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.
A última atualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para, pelo menos, 384.877 afetados.
As Nações Unidas prometeram em 27 de março defender junto do Governo moçambicano a inclusão do financiamento às tecnologias geoespaciais através do Orçamento do Estado, por serem importantes para reduzir impactos dos desastres naturais.
"Podemos fazer uma advocacia para os Estados-membros das Nações Unidas investirem nestas tecnologias geoespaciais (...), temos de continuar a elevar este assunto no nível político para que o Governo [moçambicano] se comprometa a financiar através do Orçamento do Estado", disse a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
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