A Casa Branca confirma assim o anúncio do Kremlin sobre uma reunião entre os dois países sobre a normalização das relações diplomáticas através do porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.
"No dia 10 de abril, as delegações dos EUA e da Rússia vão reunir-se pela segunda vez em Istambul para tentar fazer progressos na estabilização das operações das nossas missões bilaterais", disse aos jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
"Não há questões políticas ou de segurança na agenda, e a Ucrânia não está - absolutamente - na agenda", insistiu.
"Estas discussões são apenas sobre as operações das nossas embaixadas, não sobre a normalização das relações bilaterais em geral, o que só pode acontecer, como já referimos, quando houver paz entre a Rússia e a Ucrânia", continuou a Sra. Bruce.
"A nossa participação será de acordo com as linhas do Ministério dos Negócios Estrangeiros", declarou Dmitri Peskov na sua conferência de imprensa telefónica diária.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, citado pelas agências russas, a delegação russa será liderada pelo embaixador russo nos Estados Unidos, Alexander Darchiev, e a delegação americana pela vice-secretária de Estado adjunta, Sonata Coulter.
Os americanos e os russos já se tinham reunido em Istambul, no final de fevereiro, para discutir o trabalho das suas missões diplomáticas, no meio de uma aproximação acelerada entre Moscovo e Washington, com o objetivo declarado de reavivar as relações bilaterais e resolver o conflito na Ucrânia.
As primeiras conversações russo-americanas desde fevereiro de 2022, realizadas em 18 de fevereiro em Riade, na Arábia Saudita, tiveram lugar alguns dias depois de um telefonema entre Vladimir Putin e Donald Trump, quebrando assim a política de isolamento de três anos de Washington.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, indicou há alguns dias que a próxima reunião seria na cidade turca, mas não adiantou uma data.
Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca para o seu segundo mandato presidencial (2025-2029), as negociações entre Washington e Moscovo decorreram sobretudo na capital saudita, Riade, e apenas uma vez, no final de fevereiro, em Istambul.
Lavrov, que participou apenas numa dessas reuniões, disse que no próximo encontro seriam abordadas as questões em que Moscovo e Washington ainda se confrontam a nível diplomático, referindo-se ao funcionamento das embaixadas dos dois países.
O Kremlin argumentou que Washington ainda não respondeu às preocupações de segurança da Rússia, o que impede a declaração de um cessar-fogo em terra, mar e ar na Ucrânia, país invadido pelas forças russas desde fevereiro de 2022.
Entretanto, Trump expressou insatisfação com os recentes ataques russos, como o que matou 20 pessoas na semana passada em Kryvyi Rih, a cidade natal do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Até agora, a Rússia rejeitou um cessar-fogo e declarou a 18 de março apenas uma trégua de 30 dias a ataques às infraestruturas energéticas ucranianas, a que Kyiv aderiu uma semana depois.
No entanto, nas últimas semanas, os dois países têm trocado acusações sobre o desrespeito desta trégua.
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