O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que deverão haver "155 cidadãos chineses" ao serviço da Rússia no conflito entre os dois países. No entanto, o jornal The Kyiv Independent teve acesso a documento da Inteligência Ucraniana e refere que existirão, pelo menos, 163 soldados chineses nas forças armadas russas.
"Há 155 cidadãos chineses a lutar contra a Ucrânia em território ucraniano", disse o presidente Volodymyr Zelensky, acrescentando que estão a "recolher informação", que acreditam que "há muitos mais" e que Pequim estará ao corrente do envio dos seus cidadãos para a guerra.
Segundo Zelensky, as autoridades chinesas sabiam que alguns dos seus cidadãos estavam a ser recrutados pela Rússia para combater na Ucrânia, mas ignora se existe alguma ordem dada nesse sentido por Pequim.
"Simplesmente observamos, com base nos dados e detalhes que temos, que a China (...) estava ciente do envio. Não estamos a dizer que alguém deu uma ordem, não temos essa informação", declarou.
O presidente ucraniano descreveu que um dos esquemas de recrutamento envolve as redes sociais, principalmente o TikTok, "onde os russos transmitem vídeos publicitários".
Volodymyr Zelensky explicou que os cidadãos chineses são depois submetidos a exames médicos na Rússia e a vários meses de treino para combater em território ucraniano e que recebem um cartão bancário russo, através do qual recebem o pagamento.
O presidente ucraniano acrescentou ainda que para os mais de 100 chineses "há passaportes" que dizem de "onde são, idade, etc" e que estes estarão introduzidos em várias brigadas russas.
Já os documentos, citados pelo The Kyiv Independent, têm várias informações sobre estes cidadãos estrangeiros: desde dados pessoais, lugar de serviço, quais as suas posições no exército russo, incluindo fotos de alguns deles.
Note-se que, na terça-feira, Volodymyr Zelensky anunciou a captura de dois cidadãos chineses na zona de Donetsk Oblast e que mantêm-se detidos pelos Serviços Secretos da Ucrânia.
"As nossas forças armadas capturaram dois cidadãos chineses que estavam a combater como parte do Exército russo. O facto ocorreu em território ucraniano, na região de Donetsk. Foram encontrados na sua posse documentos de identificação, cartões bancários e dados pessoais", disse o presidente ucraniano, numa publicação divulgada na rede social X, divulgando também um vídeo.
[Notícia atualizada às 19h32]
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