"Os blocos operatórios, as unidades de cuidados intensivos e os serviços de urgência estão a funcionar com as reservas esgotadas de medicamentos e de material médico que salvam vidas", alertou o Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano Hamas, que controla Gaza desde 2007.
Segundo este organismo, 80.000 diabéticos e 110.000 hipertensos não dispõem de medicamentos na Faixa de Gaza, onde os hospitais e os centros médicos têm sido continuamente alvo de ataques aéreos e de artilharia, bem como de ataques militares.
O ministério dirigido pelo Hamas lançou um apelo urgente para aumentar as reservas nos hospitais e centros de cuidados primários, uma vez que a escassez "atingiu níveis perigosos e sem precedentes".
A ofensiva israelita deslocou à força a maior parte da população de Gaza, obrigando-a a instalar-se em tendas na zona de al-Mawasi, junto ao lixo e sem as mínimas condições de higiene ou infraestruturas.
Em 02 de março, as autoridades israelitas anunciaram um novo embargo ao abastecimento, proibindo a entrada na Faixa de Gaza de água, alimentos, gasolina, ajuda humanitária e comercial.
Este bloqueio já ultrapassou o do início da guerra, que durou de 7 a 21 de outubro de 2023, e deixa centenas de milhares de habitantes de Gaza à beira da fome, segundo as Nações Unidas.
Esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a Israel para que exerça as suas responsabilidades enquanto "potência ocupante" e recordou que "nem uma migalha de ajuda" entra em Gaza há mais de um mês, transformando o enclave num "campo de extermínio".
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