O projeto de lei ("SAVE Act") "proíbe os estados de aceitar e processar um pedido de registo para votar numa eleição federal, a menos que o candidato forneça prova documentada de cidadania americana", uma bandeira do presidente Donald Trump, que até hoje alega que perdeu as eleições de 2020 para Joe Biden devido a fraude dos democratas.
A lei segue agora para o Senado, onde, apesar da maioria republicana, a aprovação será difícil, segundo a agência AP.
Apenas cidadãos norte-americanos podem votar nas eleições federais, mas os documentos para registo não são exigidos por todos os estados, entre os quais os métodos de verificar a identidade do eleitor variam significativamente.
Os democratas opõem-se à lei, alegando que impõe barreiras demasiado elevadas ao recenseamento eleitoral.
O congressista Mark Pocan afirmou à AP que a lei tornaria necessário que os eleitores apresentem um passaporte, "que mais de metade dos americanos não tem e que custa pelo menos 130 dólares".
A alternativa, adiantou, seria uma certidão de nascimento com o apelido atual, "que quase 70 milhões de mulheres casadas não têm", ou documentos militares.
O democrata denunciou uma lei que, defendeu, é digna da era da segregação racial no país.
De acordo com um estudo do Brennan Center for Justice da Universidade de Nova Iorque, mais de 21 milhões de cidadãos norte-americanos não têm acesso fácil aos documentos necessários para se registarem para votar.
"A Lei SAVE seria uma das piores leis eleitorais da história dos Estados Unidos", denunciou o presidente do Brennan Center, Michael Waldman, em janeiro.
Para o influente grupo de defesa dos direitos civis ACLU, "esta legislação acrescenta novos obstáculos significativos ao exercício do direito fundamental ao voto, com base em receios infundados de um voto significativo de não-cidadãos".
Trump, que nunca reconheceu a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020, repete há anos e sem fundamento que os democratas manipularam a eleição ao permitir que milhares de imigrantes indocumentados votassem.
Todas as queixas apresentadas pela sua candidatura e apoiantes desde 2020, perante autoridades eleitorais ou judiciais, foram consideradas infundadas.
No final de março, o presidente republicano assinou uma ordem executiva com o objetivo de impor controlos mais apertados ao registo de eleitores nos estados norte-americanos e de restringir o voto postal.
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