"Com seriedade e franca vigilância, estamos a dar uma verdadeira oportunidade à diplomacia", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano Ismail Baghaei, na rede social X.
O diplomata afirmou que Washington deve valorizar esta decisão que Teerão está a tomar, apesar da atitude "de confronto" dos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano Donald Trump tem ameaçado bombardear o país persa se um acordo nuclear não for alcançado.
"Não fazemos juízos prévios... não fazemos previsões... tencionamos avaliar a intenção e a determinação da outra parte este sábado. Vamos refletir e responder em conformidade", notou Baghaei.
O Irão e os Estados Unidos, que não têm relações diplomáticas, vão manter contactos em Omã para negociar o programa nuclear iraniano, conversações que "serão diretas", de acordo com Trump.
Teerão insiste, por seu lado, que estas negociações terão lugar de forma indireta, através de mediadores.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, vai representar o Irão e, do outro lado da mesa, estará o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
Trump, que regressou ao poder em janeiro e está empenhado numa política de "pressão máxima" sobre a República Islâmica, apelou para a abertura das negociações com Teerão sobre o programa nuclear iraniano e ameaçou bombardear o país se não for alcançado um acordo.
Durante o primeiro mandato (2017-2021), Trump retirou os EUA de um acordo assinado em 2015 entre o Irão e outras potências, que estabelecia limites rigorosos às atividades nucleares de Teerão, em troca de um alívio das sanções económicas.
Desde então, o Irão tem vindo a enriquecer urânio muito acima do que era permitido ao abrigo do extinto acordo e já tem 274 quilogramas enriquecidos a 60% de pureza, perto do valor de 90% necessário para uso militar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica.
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