Oposição guineense denuncia tentativa de prender presidente da Liga Direitos Humanos

Vários dirigentes da oposição guineense denunciaram hoje uma alegada tentativa da polícia do país de prender o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, envolvido numa polémica com as autoridades de Bissau.

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Lusa
13/04/2025 23:23 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

As denúncias foram feitas pelos ex-primeiros-ministros Nuno Nabiam, Domingos Simões Pereira, e Aristides Gomes, estes dois últimos, em vídeos, a partir do estrangeiro, onde atualmente se encontram.

 

O ex-primeiro-ministro, Aristides Gomes, afirmou que Bubacar Turé "está a ser perseguido pelas forças de defesa e segurança" e avisou que se este "for capturado e torturado" serão desencadeadas ações à nível internacional para responsabilizar o regime no poder na Guiné-Bissau.

Gomes afirmou ter informações de que "milícias" ligadas ao poder tomaram disposições para prender o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, que neste momento se encontra no interior do país em missão de serviço.

Bubacar Turé viu-se envolvido numa polémica com as autoridades guineenses depois de ter denunciado que "todos os doentes em tratamento de hemodiálise no Hospital Simão Mendes, de Bissau, morreram".

Aquele que é o primeiro centro de hemodialise da Guiné-Bissau foi inaugurado em fevereiro passado, com ajuda da cooperação de Marrocos, por solicitação do presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo.

A Liga dos Direitos Humanos emitiu no sábado um comunicado dando conta de relatos da família do ativista segundo as quais a residência de Turé em Bissau "foi invadida por seis agentes da polícia" que o procuraram "em todos os quartos da casa e até nas casas de banho".

"Chamamos à atenção ao poder em Bissau de que neste momento estamos a tomar diligências ao nível do mundo para no caso de Bubacar Turé for capturado e se for torturado para que o poder responda perante uma jurisdição internacional", afirmou Aristides Gomes.

O também ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira disse que condena o que chama de perseguição contra Bubacar Turé e lembra que se trata de "um cidadão nacional e presidente da Liga dos Direitos Humanos que emite opiniões".

Domingos Simões Pereira observou que já foi alvo de críticas de Turé e disse que quem não gostar da sua opinião que haja judicialmente, mas sem perseguição.

"Quando soube da situação utilizei todas as minhas redes de contacto para informar que esta ocorrência tem o rosto do regime", na Guiné-Bissau que, disse, utiliza a ameaça e a agressão contra a integridade física dos adversários.

Nuno Nabiam, igualmente antigo primeiro-ministro guineense, afirmou que embora desconheça o contexto em que Bubacar Turé está a ser procurado por forças de segurança, chama a atenção das autoridades para que "não pode haver perseguição na democracia".

"Solidarizamo-nos com o presidente da Liga e repudiamos qualquer ação que seja contrária aos direitos humanos", destacou Nabiam que exortou as autoridades para que recorram à justiça, "de forma legal" caso se sentirem lesadas com as declarações de Bubacar Turé.

A Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau e o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil também manifestaram, em comunicados, preocupação com a integridade física de Turé.

Leia Também: FMI faz previsão favorável mas vê riscos para Guiné-Bissau em ano de eleições

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