Na capital francesa, cerca de 200 jornalistas espalharam-se simbolicamente ao longo dos degraus da Ópera Bastilha, à medida que os nomes das vítimas eram mencionados.
Mais de 200 jornalistas foram assassinados na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Os participantes tinham os coletes de jornalistas, manchados com a cor de sangue e as fotos as vítimas.
"Gaza dos rostos, não dos números", podia ler-se ao lado das fotos.
Na ocasião, vários cartazes de organizações sindicais ladeavam numerosas bandeiras palestinianas.
"Não nos calamos! Genocídio em Gaza!" e "Palestina Livre!" foram palavras de ordem gritadas no momento.
O dirigente de um sindicato de jornalistas palestinianos na Europa, Youssef Habash, denunciou um "genocídio" e apelou ao fim do bloqueio à Faixa de Gaza.
"Nunca houve tantas vítimas na nossa profissão. O direito dos cidadãos a serem informados est+a comprometido", disse Pablo Aiquel, secretário-geral do sindicato SNJ-CGT, ao falar em nome da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).
"Esta manifestação chega tarde, talvez demasiado tarde (...) Nunca vi um conflito em que quando um jornalista é morto se diz que era um terrorista", criticou Thibaut Bruttin, diretor-geral dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Em Marselha, a concentração contou com cerca de duas centenas de pessoas, que ouviram os nomes dos jornalistas mortos na Faixa de Gaza, antes de fazerem um minuto de silêncio em sua memória.
Em artigo publicado na segunda-feira pelo Le Monde, várias organizações e sindicatos de jornalistas - SNJ, CGT e CFDT, RSF, a FIJ e uma quarentena de sociedades de jornalistas ou redação de vários meios, entre os quais a AFP -- denunciaram "uma hecatombe de uma magnitude nunca vista".
No texto, acusaram: "O exército israelita procura impor um 'black-out' mediático sobre a Faixa de Gaza, a reduzir ao silêncio os testemunhos dos crimes de guerra praticados pelas suas tropas".
Leia Também: Milhares de pessoas acorreram à Torre Eiffel iluminada com apelo à paz