O Papa Francisco telefonou à pequena comunidade cristã da Faixa de Gaza todas as noites desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que agudizou o conflito entre Israel e o Hamas. A revelação foi feita esta segunda-feira, à agência Reuters, pelo chefe do Comité de Emergência da Igreja da Sagrada Família no território, George Antone, de 44 anos.
A primeira chamada do Papa para a igreja local aconteceu poucas horas depois do início do conflito. A última foi este fim de semana, no sábado.
"Perdemos um santo que nos ensinou todos os dias a sermos corajosos, a sermos pacientes e a mantermo-nos fortes. Perdemos um homem que lutou todos os dias, em todas as direções, para proteger este pequeno rebanho", afirmou George Antone.
Na última chamada, no sábado à noite, Francisco disse estar a rezar por todos os que estavam na Faixa de Gaza.
"Abençoou-nos e agradeceu-nos pelas nossas orações", revelou o pároco desta igreja na Faixa de Gaza.
Na última declaração pública sobre a Páscoa, no domingo, o Papa Francisco apelou à paz em Gaza e incentivou as partes em conflito a "pedir um cessar-fogo, libertar os reféns e vir em auxílio de um povo faminto que aspira a um futuro de paz".
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
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