Os ataques ocorreram às primeiras horas da manhã em Damasak e Ashigarchi, situadas perto da fronteira com o Niger, uma das zonas mais afetadas pela violência do grupo extremista.
Segundo testemunhas, pelo menos 50 pessoas morreram em Damasak, desconhecendo-se pormenores do ataque a Ashigarchi.
Em Damasak, centenas de homens armados, que se deslocavam em motorizadas e carros, atacaram os residentes e queimaram casas, lojas e postos de segurança.
"Penso que a nossa cidade é a mais afetada porque tem muita população. (os rebeldes) entraram e começaram a disparar contra qualquer pessoa que viam. Havia gente a morrer em todo o lado. Foi terrível", relatou à EFE num contacto telefónico Dauda Saidu, residente em Damasak.
Outro habitante da cidade, Suleiman Sule, contou que os insurgentes disparavam e gritavam "Allahu Akbar (Deus é grande em árabe)" sem parar.
Disse ainda que os militares deslocados na cidade fugiram e que alguns despiram os uniformes para se poderem esconder entre os residentes que fugiam.
Os estados de Borno, Yobe e Adamawa, os mais atingidos pela insurgência do Boko Haram, estiveram sob estado de emergência até à semana passada, quando o parlamento da Nigéria decidiu não prolongar a medida, que nos últimos 18 meses não conseguiu travar a violência.
O Boko Haram, que pretende instaurar um estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano ao contrário do sul de maioria cristã, já causou este ano mais de 3.000 mortos, segundo dados do governo nigeriano.