O Estado Islâmico tem feito milhares de meninas e mulheres de minorias étnicas escravas sexuais. Algumas sobreviventes destes terríveis abusos contaram à BBC as suas experiências.
Hannan, de 18 anos, viveu sob ordem dos radicais do Estado Islâmico desde agosto. Os terroristas aprisionaram-na juntamente com mais 200 mulheres e levaram-na para um mercado de escravos. Ali, as vítimas eram examinadas como se fossem animais e os compradores viam os dentes das prisioneiras e regateavam o preço das que achavam melhores.
“Disparavam para o ar para nos assustar. Levavam quem lhes apetecia levar, à força. Estávamos sempre a chorar. Queríamos suicidar-nos mas não tínhamos forma de o fazer”, recorda.
As mulheres eram violadas e os homens yazidis eram obrigados a rezar a Alá cinco vezes por dia para garantir a sobrevivência das escravas sexuais do Estado Islâmico.
“Chorámos muito, de mãos dadas. Perguntámos aos combatentes do Estado Islâmico porque estavam a fazer aquilo. Mas só nos responderam à paulada”, conta.
Outra jovem, ‘Kharma’, também relatou os abusos a que foi submetida, mas acabou por ser resgatada pela família que pagou três mil dólares (2,45 mil euros) pela sua liberdade.
A BBC estima que pelo menos 3.500 mulheres e meninas yazidi passem este Natal nas mãos dos terroristas, como escravas sexuais.