Mulher sofreu AVC após ida ao cabeleireiro. Caso inédito muda regras

Qualquer pessoa que tenha estado mais do que um quarto de hora sentada na cadeira para lavar o cabelo sabe o desconfortável que se torna para o pescoço. Mas será que sabe até que ponto pode ser perigoso em certas circunstâncias?

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© Getty Images

Anabela de Sousa Dantas
06/03/2016 19:10 ‧ 06/03/2016 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

Estados Unidos

Elizabeth Smith, de 48 anos de idade, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) oito dias depois de ir ao cabeleireiro, em dezembro de 2013. Os dois eventos estão, surpreendentemente, relacionados graças a uma doença rara chamada insuficiência vertebrobasilar.

A mulher, natural de San Diego, na Califórnia, esteve num salão de beleza para arranjar o cabelo e permaneceu – como qualquer pessoa faz em cabeleireiros – cerca de 10 minutos sentada na cadeira para lavar e pintar o cabelo.

Foram esses 10 minutos que colocaram Elizabeth em risco de vida. Oito dias depois começou a sentir fraqueza no braço e na perna esquerdos e mais tarde sofreu o AVC, tudo por causa da posição do pescoço na cadeira, relata a ABC10 News.

O que é a insuficiência vertebrobasilar?

A insuficiência vertebrobasilar, também conhecida como 'beauty parlour syndrome' ('sindrome do salão de beleza'), acontece quando a circulação sanguínea diminui na parte posterior do cérebro. Quando o fluxo sanguíneo a esta zona do cérebro é inadequado, pela oclusão da artéria vertebral, a pessoa pode manifestar vários sintomas neurológicos: desde vertigens, desmaios ou enjoos a uma trombose.

Os médicos indicaram que o tempo que Elizabeth esteve com o pescoço dobrado para trás (para lavar e pintar o cabelo) causou uma hiperextensão o que, por sua vez, causou a oclusão da artéria vertebral e a formação de um coágulo, que levou, mais tarde, ao AVC.

Cabeleireiros mais alerta após caso de Elizabeth

Elizabeth sobreviveu, mas continua a batalhar com problemas de equilíbrio, força, visão, sendo a principal preocupação dos médicos a possibilidade do coágulo no seu cérebro se mover, que poderá ser fatal.

A mulher continua numa batalha legal contra o salão de beleza, alegando que a cadeira não tinha o suporte adequado para o pescoço mas o proprietário do espaço nega as acusações.

O caso de Elizabeth está a servir para alertar para este tipo de situações. A publicação entrevistou um cabeleireiro que, ao tomar conhecimento deste caso, adaptou as cadeiras e a bacia para lavar o cabelo, assim como também implementou o hábito de perguntar aos clientes se têm problemas de pescoço.

Sublinhe-se que os especialistas indicam, por exemplo, que pessoas com artrite no pescoço ou arteriosclerose devem evitar dobrar o pescoço desta forma. No cabeleireiro podem pedir, por exemplo, para lavar o cabelo com a cara para baixo.

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