Gandhi enviou uma carta a Barack Obama nestes termos, após saber que o Presidente poderia deslocar-se às "sanfermines" (festa taurina) durante a viagem de 09 a 11 de julho a Espanha, confirmou hoje à agência Efe uma responsável do seu gabinete ministerial, Gauri Maudekhi.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, assegurou, por seu turno, que o Presidente Obama "provavelmente" está interessado em assistir ao evento, embora tenha adiantado que desconhece se o "itinerário" oficial o permitirá.
Maudekhi sublinhou que a ministra da Mulher e Desenvolvimento da Criança "sempre condenou qualquer ato de crueldade com os animais, incluindo na Índia", mesmo quando o seu governo, do partido nacionalista hindu BJP, apoiou espetáculos tradicionais com touros.
A missiva foi difundida pela organização de defesa dos animais PETA e nela Gandhi afirma que, "dada a posição de poder" do dirigente norte-americano, "teria uma considerável influência se denunciasse a crueldade" da tauromaquia, em vez de participar naquela festa em Pamplona, quando a cidade espanhola realizar as suas conhecidas largadas de touros pelas ruas.
O texto emprega expressões como "evento arcaico", referindo-se ao acontecimento, sobre o qual apresenta dados para demonstrar um "declive" de popularidade, em especial entre os jovens espanhóis, enquanto cita campanhas contra estas iniciativas em países da Europa, da América e na própria Índia.
Além de ecologista, a veterana política é conhecida também como defensora dos direitos sociais e é viúva de Sanjay Gandhi, filho da antiga primeira-ministra indiana Indira Gandhi.
No início do ano, o Supremo Tribunal pronunciou-se contra uma decisão do governo de que a ativista faz parte e que permitia espetáculos com touros, na sequência da ação de grupos de proteção dos animais.
As festividades com touros na Índia vão desde corridas em várias regiões e lutas entre animais, na ex-colónia portuguesa de Goa, a uma espécie de rodeio no qual os participantes devem pegar um touro.