Erdogan diz que continua no poder, soldados rebeldes rendem-se

O Presidente da Turquia disse hoje que continua no poder, assim como o Governo, depois da rendição, em Istambul, de uma unidade do exército que participou na tentativa de golpe de estado desencadeada na sexta-feira à noite.

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© Reuters

Lusa
16/07/2016 06:16 ‧ 16/07/2016 por Lusa

Mundo

Istambul

Recep Tayyip Erdogan, que falava no aeroporto de Istambul, onde aterrou esta madrugada vindo de uma estância balnear onde estava de férias, disse que as Forças Armadas não controlam nem controlarão o poder no país.

O Presidente turco já havia falado duas horas antes, à chegada à cidade, tendo garantido que a tentativa de golpe de Estado é como um "presente de Deus" que permitirá "limpar" o Exército.

O Presidente turco culpou pelo golpe de Estado, que definiu de "traição", os apoiantes do seu arqui-inimigo, Fethullah Gülen, um imã exilado há anos nos Estados Unidos. O movimento que apoia Gülen (Hizmet) e o próprio Fethullah Gülen já condenaram o golpe em dois comunicados nas últimas horas.

"Tendo sido alvo de múltiplos golpes de estado militares ao longo de cinco décadas é especialmente insultuoso ser acusado de estar ligado a esta intentona. Nego categoricamente estas acusações", disse Gülen, no comunicado mais recente.

O Governo e os serviços secretos dão há horas a tentativa de golpe como fracassada, embora admitindo que permanecem bolsas de resistência.

O primeiro-ministro, Binali Yildirim, anunciou entretanto a nomeação de um novo chefe das Forças Armadas interino, Ümit Dündar, para substituir o general Hulusi Akar, que as autoridades turcas pensam ter sido feito prisioneiro dos golpistas.

Por outro lado, nas últimas horas, as televisões transmitiram em direto a rendição de uma unidade do exército constituída por cerca de 60 militares rebeldes que tinham tomado uma das pontes do Bósforo, em Istambul.

Em simultâneo, caças da Força Aérea turca bombardearam tanques usados pelos rebeldes que estavam em redor do palácio presidencial, em Ancara, a capital do país, segundo fontes da Presidência citadas pela agência de notícias AFP.

Os meios de comunicação social têm dado conta, ao longo da madrugada, de tiroteios e explosões em Istambul e Ancara e de bombardeamentos do edifício do parlamento e nas imediações do palácio presidencial.

Em declarações à televisão CNNTürk, o primeiro-ministro turco revelou que deu ordens à Força Aérea para atacar as forças em rebelião.

Yildirim disse ainda que à frente do golpe estão cerca de 40 comandantes militares, incluindo um general que entretanto morreu no decurso da tentativa de golpe.

Segundo o mais recente balanço, feito pela Procuradoria turca, pelo menos 60 pessoas morreram esta noite no país no decurso da tentativa de golpe.

Fontes não identificadas citadas pela AFP referem que as autoridades já detiveram 336 pessoas relacionadas com a tentativa de golpe, mas oficialmente foram só confirmadas, até agora, cerca de 130.

Entre os mortos estão 17 polícias, vítimas de um ataque em Gölbasi, em Ancara, a um edifício de uma unidade de elite policial.

 

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