Em declarações à estação norte-americana Fox News na quarta-feira, Julian Assange, que está refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres, indicou que o portal WikiLeaks estava a analisar milhares de páginas de documentos.
Os diversos documentos de várias instituições relacionadas com a campanha eleitoral revelaram "alguns ângulos bastante inesperados, que são bastante interessante, alguns até divertidos", referiu o australiano, numa entrevista divulgada na quarta-feira à noite.
Assange assegurou que os documentos serão "absolutamente" divulgados antes das eleições presidenciais norte-americanas, agendadas para 08 de novembro deste ano.
Questionado se a divulgação destes documentos poderia ter impacto na votação, o fundador do WikiLeaks afirmou: "Acho que é significativo. Depende da repercussão na opinião pública e nos meios de comunicação social".
Na véspera da abertura da convenção democrata em Filadélfia em finais de julho, o portal WikiLeaks publicou cerca de 20 mil correios eletrónicos internos do Partido Democrata que revelaram que alguns membros da liderança da força partidária tinham beneficiado Hillary Clinton durante a campanha das primárias democratas.
Na sequência desta divulgação, a presidente do comité nacional do Partido Democrata (DNC), Debbie Wasserman-Schultz, demitiu-se do cargo.
Poucos dias depois, Assange fez saber que o WikiLeaks estava na posse "de mais documentos ligados à campanha de Hillary Clinton", dando assim a entender que uma nova fuga de informação iria acontecer.
"No caso do DNC, por exemplo, fizemos [a análise dos documentos] o mais rápido possível para divulgar antes da convenção democrata, porque obviamente as pessoas tinham o direito de saber quem é que iam nomear", referiu Assange, ainda em declarações à Fox News.
"Isso é válido também para o processo eleitoral norte-americano", concluiu.
Assange, de 45 anos, está refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres por receio de ser extraditado para a Suécia, onde foi acusado de violação, e daí para os Estados Unidos, que o querem julgar pela divulgação no portal WikiLeaks de milhares de documentos confidenciais.