Ataque químico na Síria foi "totalmente fabricado"
O presidente sírio, Bashar al-Assad, garantiu que não tem armas químicas e que a acusação de ter usado esse tipo de armamento recentemente é uma "fabricação" dos Estados Unidos, exigindo por isso uma investigação imparcial.
© Reuters
Mundo Bashar al-Assad
Em entrevista exclusiva à agência francesa France-Presse, Assad afirmou que não tem "armas químicas há vários anos (...), em 2013 todo esse arsenal foi entregue".
"E mesmo se tivéssemos tais armas, nós nunca as teríamos usado", afirmou.
"A nossa impressão é que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, é cúmplice dos terroristas e montou toda esta história para servir de pretexto ao ataque" lançado por forças norte-americanas a 07 de abril contra uma base aérea síria, o primeiro ataque direto dos Estados Unidos contra o regime sírio desde o início do conflito, em 2011.
O ataque norte-americano foi uma resposta ao presumível ataque com armas químicas lançado a 04 de abril pelo regime sírio contra a localidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib (noroeste), que fez mais de 80 mortos e centenas de feridos.
"O nosso poder de fogo, a nossa capacidade para atacar os terroristas não foi afetada por esse ataque", disse Assad à France-Presse.
Na quarta-feira, a Rússia vetou um projeto de resolução apresentado ao Conselho de Segurança da ONU pelos EUA, Reino Unido e França pedindo uma investigação ao ataque a Khan Sheikhun porque, segundo Moscovo, o texto aponta a responsabilidade pelo ataque a Damasco sem investigar nem apresentar provas.
Questionado pela France-Presse sobre o assunto, Assad afirmou que só aceitará "uma investigação imparcial", o que implica que "seja assegurada a participação de países imparciais para garantir que não é utilizada para fins políticos".
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