Eleições: Multiplicam-se apoios a Macron para limitar abstenção
Empresários, personalidades da cultura, jornais e investigadores têm multiplicado declarações de apoio ao candidato presidencial francês Emmanuel Macron, centrista, na tentativa de limitar a abstenção, potencialmente favorável à candidata da extrema-direita, Marine Le Pen.
© Reuters
Mundo França
O grande diário católico La Croix tomou posição hoje, depois de vários jornais nacionais, afirmando em editorial que "em face dos riscos do que pode acontecer com Marine Le Pen, a abstenção não é suficiente".
As sondagens para a segunda volta, que se realiza no domingo, dão todas ampla vantagem a Macron, mas preveem uma abstenção próxima dos 30%, muito mais alta que a registada em anteriores segundas voltas.
Abster-se "equivale a consagrar metade dos votos a apoiar Marine Le Pen, na eleição mais emblemática que França conheceu em várias décadas", escreveu o matemático Cédric Villani, no diário de esquerda Libération.
Entre os grandes empresários, há os que manifestam "pleno apoio" ao antigo ministro da Economia (2014-2016), como o presidente do conselho de administração da Airbus, Tom Enders, e os que preferem explicar o mal que representaria para a economia de França uma vitória da candidata da Frente Nacional (FN).
Vários artistas também se manifestaram por uma barreira à extrema-direita, como os cineastas Mathieu Kassovitz e Luc Besson, o diretor do festival de Avignon, Olivier Py, os diretores dos grandes teatros nacionais, o Nobel da Literatura Jean-Marie le Clézio e vários cantores, humoristas e desenhadores.
Mas, depois das inesperadas vitórias de Donald Trump, nos Estados Unidos, ou do 'Brexit', no Reino Unido, há analistas que receiam que a mobilização anti-Le Pen tenha um efeito contraproducente.
"Podem transformar-se em veneno", advertiu o diário económico Les Echos, evocando o caso norte-americano, em que "quanto mais as grandes vozes da cultura e da política defenderam Hillary Clinton, mais confortaram o sentimento das classes populares de que [essas vozes] as desprezavam".
Marine Le Pen tem-se apresentado como "candidata do povo" em oposição "ao sistema", "às elites" e "à oligarquia", "toda uma série de pessoas que há anos consideram que o povo estava errado".
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