A organização especializada da ONU, dirigida desde julho pelo antigo ministro da Saúde da Etiópia Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu a Mugabe, de 93 anos, para ser embaixador da boa vontade e promover a luta contra doenças não transmissíveis como ataques cardíacos e asma em África.
A nomeação, conhecida esta semana, suscitou a indignação de ativistas que consideram que o sistema de saúde do Zimbabué colapsou durante o regime autoritário de Mugabe, que está no poder desde 1980.
O Reino Unido, antiga potência colonial, juntou-se hoje às críticas, considerando a decisão da OMS "surpreendente e dececionante, em particular à luz das sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra ele".
"Comunicámos a nossa preocupação ao diretor-geral da OMS", indicou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
O ativista e defensor dos direitos humanos no Zimbabué Doug Coltart escreveu no Twitter: "Um homem que apanha o avião para Singapura para tratamento médico porque destruiu o sistema de saúde do Zimbabué é embaixador da boa vontade da OMS".
O sistema de saúde no Zimbabué, como muitos outros serviços públicos, entrou em colapso com o regime de Mugabe. A maior parte dos hospitais tem falta de medicamentos e equipamentos, enfermeiros e médicos ficam muitas vezes sem salários.
Iain Levine, um dos diretores da organização não-governamental Human Rights Watch apontou a escolha como "embaraçosa" para a OMS e para o seu diretor-geral.
No Zimbabué, o principal partido da oposição, MDC, considerou a nomeação "ridícula".
"O sistema de saúde do Zimbabué está numa estado caótico, é um insulto", declarou à AFP um porta-voz do partido, Obert Gutu.