Abbas classifica nova lei israelita como "declaração de guerra"

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, classificou hoje como "uma declaração de guerra contra o povo palestiniano" a lei aprovada hoje pelo parlamento israelita que dificulta uma hipotética cedência de controlo sobre qualquer parte de Jerusalém.

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Lusa
02/01/2018 16:25 ‧ 02/01/2018 por Lusa

Mundo

Palestina

"Este voto indica claramente que Israel declarou oficialmente o fim do chamado processo de paz e que já começou a impor políticas de decretos e factos consumados", declarou Abbas através do seu porta-voz oficial.

O parlamento israelita aprovou hoje de madrugada uma proposta de lei que requer dois terços da assembleia para aprovar a cedência de controlo sobre qualquer parte de Jerusalém.

A emenda à lei básica de Jerusalém impede o Governo de ceder a soberania israelita sobre qualquer parte de Jerusalém sem a aprovação de pelo menos 80 dos 120 deputados do Knesset (parlamento israelita).

Apesar de tentar impedir qualquer possibilidade de divisão da cidade, a emenda pode ser alterada por maioria simples, pelo que é uma medida sobretudo simbólica.

O Knesset aprovou a proposta de lei na sequência da decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Na opinião de Abbas, o reconhecimento de Jerusalém como capital israelita por parte dos EUA e as decisões que o parlamento israelita toma sobre a cidade não têm legitimidade.

"Não deixaremos passar esses planos que são perigosos para o futuro do mundo e da região", advertiu o porta-voz palestiniano, Nabil Abu Rudeinah, que considerou que "a progressiva escalada israelita para explorar a decisão norte-americana destruirá tudo".

Rudeinah alertou que "o comportamento descontrolado de Israel está a empurrar a região para o abismo" e pediu "uma ação árabe, islâmica e internacional".

A 14 de janeiro, o Conselho Central Palestiniano, que reúne as várias fações e parlamentares, discutirá "a adoção de todas as medidas necessárias a tomar a nível nacional para enfrentar estes desafios, que ameaçam a identidade nacional e religiosa do povo palestiniano".

 

 

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