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Ahed Tamimi, a menina que esbofeteou militar, começa hoje a ser julgada

Ahed Tamimi foi detida quando tinha 16 anos, em dezembro do ano passado. Arrisca uma pena de até 14 anos de prisão.

Ahed Tamimi, a menina que esbofeteou militar, começa hoje a ser julgada
Notícias ao Minuto

13:10 - 13/02/18 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Israel

Começa esta terça-feira a ser julgada a jovem palestiniana Ahed Tamimi, que foi detida a 19 de dezembro do ano passado, depois de ter sido filmada, dias antes, a esbofetear um soldado israelita, junto à sua casa na Cisjordânia, numa aldeia que estava a ser ocupada pelas forças israelitas.

Ahed, que tem agora 17 anos completados a 31 de janeiro, defende-se acusando os militares israelitas de dispararem balas de borracha. Nas imagens surge junto a outra jovem, sua prima, de 20 anos, a discutir e a empurrar dois soldados, que não retaliaram.

A adolescente é vista pelos palestinianos como uma heroína, um símbolo da resistência à ocupação israelita, mas Israel terá encarado os atos de Ahed como uma humilhação aos seus militares.

A detenção de Ahed tomou contornos mundiais, tendo sido criadas várias petições online para a sua libertação, como a da change.org ou da avaaz.org.

Recorde-se que, no início de janeiro, a jovem foi acusada de 12 crimes, incluindo atacar soldados e incitar à violência, sendo que alguns deles tiveram lugar antes do polémico vídeo. Arrisca uma pena de prisão de até 14 anos.

O caso de Ahed Tamimi fez efervescer a discussão em torno do tratamento discriminatório de crianças palestinianas, um tema para o qual as organizações internacionais de direitos humanos pedem atenção. Centenas de menores foram detidos em Israel por se insurgirem contra a ocupação da Cisjordânia.

“Por ano, são 800 crianças que passam pelos calabouços israelitas”, referiu à agência Lusa Shahd Wadi, do Comité de Solidariedade com a Palestina e do Boicote, Desinvestimento e Sanções, durante uma concentração, em Lisboa, pela libertação da jovem.

A Amnistia Internacional, citada pelo Jerusalem Post, apela, esta terça-feira, no início do julgamento, à imediata libertação de Ahed, lembrando Israel de que é signatário da Convenção de Direitos da Criança.

A organização de direitos humanos destaca que existem 350 crianças ou adolescentes palestinianos detidos pelo exército israelita, que os sujeita regularmente a “maus tratos, sujeitos à colocação de vendas nos olhos, ameaças, prisão solitária e interrogatórios sem a presença dos seus advogados ou familiares”.

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