De acordo com os últimos dados da Comissão Eleitoral Central, Putin obteve o apoio de 56,1 milhões de cidadãos, mais 10,5 milhões que na eleição de 2012, quando regressou ao Kremlin após um mandato de quatro anos como primeiro-ministro.
A votação, que permite a Vladimir Putin permanecer no Kremlin até 2024, também foi melhor do que previam as sondagens nas últimas semanas.
A participação foi de 67,47%, dois pontos acima da registada há seis anos, mas a diferença em relação a eleições anteriores foi maior em grandes cidades como Moscovo, habitualmentre as mais desencantadas com processos eleitorais.
Putin recebeu mais de 90% dos votos em cinco regiões ou repúblicas do país, entre as quais a Crimeira, que celebra o quarto aniversário da anexação russa e cujos habitantes participaram pela primeira vez nas eleições presidenciais russas.
Também alcançou 70% dos apoios nas duas principais cidades do país, Moscovo e São Petersburgo, tradicionais focos da oposição mais radical ao Kremlin.
Na sua primeira aparição perante a imprensa após ter declarado vitória nas eleições, Putin negou que se pense, "neste momento", reformar a Constituição para que possa permanecer no poder daqui a seis anos.
Putin, 65 anos, venceu as suas primeiras eleições em março de 2000, três meses depois de receber o poder das mãos do primeiro Presidente eleito democraticamente na história da Rússia, Boris Ielstin.
Nestas eleições, o milionário comunista Pavel Grudinin teve uma votação de menos de 12 por cento, seguido pelo ultranacionalista Vladimir Jirinovski, com 5,66%.
A única candidata que criticou abertamente o Presidente durante a campanha eleitoral, a estrela de televisão e jornalista Ksenia Sobchak, obteve menos de dois por cento dos votos (1,67%), enquanto o líder liberal .
O líder da oposição, Alexei Navalny, foi afastado da corrida presidencial.
O opositor "número um" do Kremlin, Alexei Navalny, o único com capacidade de mobilizar dezenas de milhares de pessoas, foi acusado pelas autoridades de "repetida violação" da lei sobre a organização de manifestações e proibido de concorrer ao escrutínio devido a uma antiga condenação judicial, que considera encenada pelo Kremlin.
Os outros três candidatos presidenciais não superaram a barreira de 1%.
Grupos da oposição planeiam uma manifestação para hoje na capital russa, Moscovo.
Cerca de 110 milhões de russos estavam convocados para irem às urnas numas eleições consideradas "transparentes" pela CEC, mas que, segundo o candidato comunista, foram "sujas" e, de acordo com a oposição, estiveram marcadas por várias irregularidades.