Inicialmente, fontes contactadas pela agência noticiosa France Presse (AFP) davam conta de que o Boko Haram, com ligações ao grupo Estado Islâmico, libertara "uma centena" das jovens.
Mais tarde, o Governo nigeriano indicou ter informações de que o número de jovens libertadas era de 76.
Testemunhas citadas pela agência Associated Press (AP) indicaram que os raptores chegaram a Dapchi cerca das 8h00 locais (7h00 em Portugal) e que deixaram as crianças defronte da escola da cidade, gritando à população para que não as deixem regressar ao estabelecimento de ensino para receber "instrução ocidental".
Citando uma das testemunhas em Dapchi, no Estado de Yobe (norte), a AP adianta que os elementos do Boko Haram disseram que as libertavam por "piedade".
"Mas não ponham as vossas filhas na escola", gritaram.
O Governo nigeriano também negou ter pago qualquer resgate aos raptores, garantindo que a libertação das jovens é um processo que "ainda está em curso" através de "canais específicos e com a ajuda de alguns países amigos".
"As jovens raparigas chegaram em nove viaturas e foram entregues à porta da escola cerca das 8h00" (7h00 em Portugal), indicou à AFP Bashir Manzo, que dirige uma associação de ajuda aos familiares das crianças raptadas.
A 19 de fevereiro último, elementos do Boko Haram atacaram uma escola para raparigas em Dapchi e raptaram 110 alunas com idades entre os 10 e os 18 anos.
Na terça-feira, a Amnistia Internacional (AI) acusou o Exército nigeriano de ter sido informado sobre movimentações dos extremistas na região de Dapchi antes do rapto e de não ter reagido a tempo.
O drama desenvolveu-se em circunstâncias quase idênticas ao rapto de Chibok, em abril de 2014, em que 260 raparigas foram levadas por militantes do Boko Haram, desencadeando uma vaga de emoção mundial.
Mais tarde, cerca de uma centena delas conseguiu escapar ou foram libertadas depois de negociações com o Governo.