Apoiantes de Lula impedem-no de se entregar à polícia

O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva saiu hoje à tarde do edifício onde estava desde que, na quinta-feira, foi ordenada a sua detenção, e entrou num veículo descaracterizado para abandonar o local, mas a multidão de apoiantes impediu-o.

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Lusa
07/04/2018 22:30 ‧ 07/04/2018 por Lusa

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Brasil

Faltavam alguns minutos para as 17:00 (21:00 em Lisboa) quando, em São Bernardo do Campo, no Estado brasileiro de São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva saiu da sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde iniciou nos anos 1970 a sua carreira política, e entrou numa viatura, onde se encontravam igualmente o seu advogado, um segurança e o diretor administrativo do sindicato, para se entregar à Polícia Federal.

"Cercar, sentar e não deixar prender", gritavam os manifestantes, enquanto corriam de um lado para o outro para bloquear as duas saídas do recinto do sindicato, tendo colocado uma corrente num dos portões, noticiou o diário Estado de S. Paulo, que acompanha 'online' os acontecimentos em São Bernardo do Campo.

Alguns minutos depois, Lula da Silva saiu do veículo em que seguiria para o aeroporto de Congonhas, de onde partiria para Curitiba, e voltou a entrar no edifício, de onde assomou, em seguida, a uma janela para acenar aos apoiantes.

Segundo o diário Folha de S. Paulo, os militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) que estão dentro do recinto do Sindicato dos Metalúrgicos bloquearam também passagens internas do edifício para dificultar nova saída de Lula da Silva e da polícia.

O diário paulista noticiou também que, embora os dirigentes sindicais estejam a tentar apaziguar os ânimos, há grande resistência em obedecer a orientações que tenham como resultado que Lula se entregue à polícia federal, para começar a cumprir a pena de prisão de 12 anos e um mês a que foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e branqueamento de capitais, no âmbito de um processo da Operação Lava Jato em que foi acusado de receber um apartamento de luxo da construtora OAS em troca de favorecer os contratos da empresa com a estatal brasileira Petrobras.

O juiz federal Sérgio Moro decretou na quinta-feira a prisão do antigo chefe de Estado brasileiro (2003-2011) depois de o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal de Justiça terem rejeitado os pedidos de 'habeas corpus' apresentados pela sua defesa.

 

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