"Agimos para dissuadir o uso futuro de armas químicas"

Os Estados Unidos afirmam que deram "várias oportunidades à diplomacia" e que o ataque à Síria não foi feito "por vingança ou como castigo".

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Fábio Nunes com Lusa
14/04/2018 17:20 ‧ 14/04/2018 por Fábio Nunes com Lusa

Mundo

Nikki Haley

Os Estados Unidos esperaram antes de agir. Nikki Haley, representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, disse este sábado numa reunião urgente deste organismo que Washington deu "várias oportunidades à diplomacia".

"Passou uma semana desde que falámos… o tempo para falar acabou na noite passada", afirmou.

Nikki Haley explicou ainda que este ataque lançado em conjunto pelos Estados Unidos, Reino Unido e França teve apenas um objetivo. 

"Aliados não agiram como vingança, como punição, como uma demonstração simbólica de força. Agimos para dissuadir o uso futuro de armas químicas, responsabilizando o regime sírio pelas atrocidades cometidas contra a humanidade", salientou.

A diplomata norte-americana destacou que "as armas químicas são uma ameaça para todos nós" e que a linha vermelha determinada pelo presidente Donald Trump "foi ultrapassada".

"Se o regime sírio usar gás venenoso outra vez, os Estados Unidos estão prontos a agir", disse Nikki Haley.

"Estamos confiantes que incapacitámos o programa de armas químicas da Síria. Estamos preparados para manter esta pressão, se o regime sírio for insensato o suficiente para testar a nossa vontade", disse a embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU.

Nikki Haley lamentou a "obstrução da Rússia" a uma investigação da ONU ao alegado ataque químico em Douma e lembrou que Vladimir Putin já tinha garantido anteriormente que Bashar al-Assad "não tinha mais armas químicas".

"Não podemos ficar parados e deixar a Rússia destruir todas as normas internacionais pelas quais nos regemos e permitir que se usem armas químicas sem justificação", disse.

A reunião de emergência de hoje, a quinta deste órgão de decisão máximo das Nações Unidas num período de uma semana, foi pedida pela Rússia, aliado tradicional do regime sírio liderado por Bashar al-Assad, horas depois da realização dos ataques.

Pouco antes desta reunião, a Rússia distribuiu um projeto de resolução em que pede à ONU que condene a "agressão" armada ocidental contra a Síria.

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