O povo inglês decidiu que não quer mais fazer parte da União Europeia. O ‘sim’ a favor do Brexit venceu com mais de 50% dos votos e as reações começam a surgir em catadupa. Só esta manhã, já foram conhecidas diferentes intenções de outros países que querem fazer o mesmo referendo, ou seja, dar ao seu povo a possibilidade de decidir se o respetivo país deve ou não permanecer no espaço europeu.
A Holanda foi a primeira a dar a conhecer a sua intenção em referendar uma hipotética saída. O deputado holandês Geert Wilders, líder do partido islamófobo Partido para a Liberdade, instou a Holanda a realizar um referendo sobre a saída da União Europeia, defendendo que "os holandeses merecem ter também um referendo. O Partido para a Liberdade exige, consequentemente, um referendo ao 'Nexit' (da junção entre o nome Holandês, Nederland e a palavra ‘exit’), uma saída holandesa da União Europeia".
Seguiu-se a Irlanda, que pela voz do partido de Sinn Féin, defendeu hoje uma votação na Irlanda do Norte sobre a unificação com a República da Irlanda. "Temos uma situação em que o Norte vai ser arrastado para fora [da União Europeia] devido a uma votação em Inglaterra (...). O Sinn Féin vai fortalecer o seu pedido, sua exigência de longa data, para uma votação sobre a fronteira", afirmou Declan Kearney, presidente do partido, antigo braço político do IRA, após os resultados do referendo indicarem que o Reino Unido votou a favor da saída do bloco europeu.
Por fim, Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, pediu hoje a realização de um referendo semelhante ao do Reino Unido em França, sugerindo um 'FRexit'. "A vitória da liberdade! Como eu pedi há anos, deve fazer-se o mesmo referendo em França e nos países da UE", escreveu a presidente da Frente Nacional (FN) na sua conta no Twitter.
Mais tarde, a esquerda ultranacionalista dinamarquesa também disse o mesmo, por palavras diferentes. "Felicidades para os britânicos, tomaram a sua decisão. A conclusão é clara: a UE subestimou completamente o ceticismo das pessoas. Tirou demasiado poder aos estados e agora pagará o preço", afirmou na rede social Facebook o líder do ultranacionalista Partido Popular Dinamarquês, Kristian Thulesen Dahl, acrescentando que "um referendo é a única consequência correta do resultado britânico, mas claro que deve haver tempo suficiente para o debate".