Qatar, Arábia Saudita, Jordânia e Egito saúdam cessar-fogo no Líbano

Qatar, Arábia Saudita, Jordânia e Egito saudaram hoje o acordo de cessar-fogo no Líbano, admitindo ter esperança que Israel concorde em seguir os mesmos passos em relação à guerra em curso na Faixa de Gaza.

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© Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images

Lusa
27/11/2024 13:50 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O Qatar congratula-se com o cessar-fogo alcançado no Líbano e espera um acordo semelhante para pôr fim à guerra em curso na Faixa de Gaza e aos ataques israelitas na Cisjordânia ocupada", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, em comunicado hoje divulgado.

 

O Qatar tem desempenhado um papel de mediador na guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, iniciada em outubro de 2023. No entanto, no início deste mês, o emirado anunciou que suspendia o seu papel de mediador, invocando na ocasião a falta de progressos nas negociações sobre o cessar-fogo e a libertação de reféns (ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza).

Também a Arábia Saudita congratulou-se com "os esforços internacionais" para alcançar o cessar-fogo no Líbano e pôr fim à guerra entre Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah.

Num comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, a poderosa monarquia do Golfo disse esperar que o cessar-fogo, negociado por iniciativa dos Estados Unidos e de França, leve à "preservação da soberania" do Líbano e à aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.

Aprovada em agosto de 2006, no âmbito de uma guerra israelo-libanesa, esta resolução estipulou que Israel retiraria todas as suas forças do sul do Líbano e que os únicos grupos armados presentes no sul do rio Litani seriam os militares libaneses e as forças de manutenção de paz da ONU.

O desejo de que o cessar-fogo no Líbano leve a "travar a agressão de Israel" contra a Faixa de Gaza foi também manifestado pelo Governo da Jordânia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Sufian al Qudá, manifestou a "sua satisfação" com o acordo através de comunicado publicado na rede social X, no qual garante apoiar a "segurança, estabilidade e soberania" do Líbano.

O responsável enfatizou também a necessidade de "implementar abrangentemente" a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de "reforçar as instituições nacionais libanesas, a reconstrução e a entrega da ajuda económica necessária ao Líbano".

Momentos antes, o Governo egípcio também já tinha aplaudido o acordo de cessar-fogo, afirmando que este poderá "contribuir para o início de uma fase de desanuviamento" na região do Médio Oriente.

As autoridades egípcias manifestaram igualmente o desejo de que seja "um prelúdio" para o "fim da agressão israelita contra a Faixa de Gaza".

O Egito assinou um acordo de paz com Israel em 1979, tornando-se o primeiro país da região a dar este passo. A Jordânia foi o seguinte, com um acordo estabelecido em 1994, enquanto os Emirados Árabes Unidos (EAU), o Bahrein, Marrocos e o Sudão o fizeram em 2020, no âmbito dos chamados "Acordos de Abraão", que foram patrocinados pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (que irá regressar à liderança norte-americana em janeiro de 2025).

O acordo de cessar-fogo no Líbano, uma trégua de 60 dias, entrou em vigor às 04:00 de hoje locais (02:00 em Lisboa), após mais de um ano de combates entre o grupo xiita Hezbollah e Israel, que causou milhares de mortos.

O acordo, negociado sob a égide dos Estados Unidos e da França, prevê uma retirada gradual do Hezbollah e das tropas israelitas do sul e o envio do exército libanês ao longo da fronteira.

O Hezbollah começou a bombardear Israel a partir do sul do Líbano para apoiar o grupo extremista palestiniano Hamas, que atacou território israelita em 07 outubro de 2023 e enfrenta, desde então, uma ofensiva israelita em Gaza.

Em setembro deste ano, Israel intensificou os bombardeamentos do Líbano, a que se seguiu uma invasão do sul do país vizinho.

Leia Também: Nações Unidas avisam que fome em Gaza atingiu "níveis críticos"

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