Sumo natural com larvas na Padaria Portuguesa. E já não é 'novidade'

A denúncia foi feita recentemente nas redes sociais. Uma cliente da Padaria Portuguesa reparou, depois de “beber meio sumo”, que estava “repleto de larvas”. Uma queixa que não é nova. Já em 2016, outra cliente fez o mesmo reparo. A culpa? É das laranjas do Algarve.

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Ana Lemos
01/08/2018 14:18 ‧ 01/08/2018 por Ana Lemos

País

Lisboa

Foi através de uma publicação na rede social Facebook que uma cliente relatou o que se passou no passado dia 27 de julho na Padaria Portuguesa da Rua João XXI, em Lisboa. Fê-lo depois de “passar bastante tempo a tentar ligar” para os serviços e respectiva loja, mas sem sucesso.

A verdade é que, foi buscar o pequeno-almoço à loja acima referida e conta: “Depois de beber meio sumo, reparo que o meu sumo vinha repleto de larvas!!!!

Tentou de seguida alertar a loja para “não servirem mais sumos” e para que procedessem “à limpeza da máquina e verificação das laranjas”, mas não conseguiu chegar à fala com ninguém.

Um episódio de descreve como “inadmissível e vergonhoso”.

 Notícias ao MinutoImagem do sumo publicada nas redes sociais© Facebook

Reagindo a esta publicação, a Padaria Portuguesa respondeu à cliente pedindo "imensa desculpa pela situação", agradecendo "o alerta" e assegurando que seriam tomadas "as medidas necessárias para garantir que o sucedido não se volta a repetir".

Mas parece que o sumo de laranja com larvas não é uma ‘novidade’ recente na Padaria Portuguesa. No Portal da Queixa encontramos uma outra cliente a denunciar que em agosto de 2016 comprou também o menu de pequeno-almoço, que inclui o dito sumo natural, e que o que lhe serviram “estava cheio de larvas vivas”.

Conta ainda esta cliente que “o gerente [da loja] nem se dignou a fazer a devolução em dinheiro”. Uma queixa que, sublinhe-se, continua a aguardar resposta.

O Notícias ao Minuto contactou a Padaria Portuguesa que confirmou que "nos últimos dias surgiram casos pontuais de presença de larvas no sumo de laranja natural vendido" nas lojas.

Acontece que, explica o diretor de qualidade Carlos Pina, por "política interna" a empresa privilegia "matérias-primas e ingredientes nacionais", como é disso exemplo a laranja nacional do Algarve, "que se caracteriza por um brix mais elevado e por isso se traduz em maior qualidade e doçura", usada para os sumos.

Todos os dias, a Padaria Portuguesa recebe "mais de dez toneladas" de laranja nas lojas, "que se traduzem em mais de 15 mil sumos vendidos", que "são colhidas na véspera pelos produtores do Algarve". Mas, "tipicamente, nesta altura do ano, os pomares do Algarve são vulneráveis à mosca do Mediterrâneo (...) que, em casos pontuais, se traduz numa evolução para o estado de larva no interior da laranja".

"Trata-se de algo inofensivo para a saúde, mas que visualmente tem um impacto negativo. Apesar do controlo de qualidade que realizamos na origem e diariamente na recepção da laranja, estas larvas são muito difíceis de identificar a olho vivo, tanto no fruto inteiro como após a sua abertura", sustenta Carlos Pina.

O diretor de qualidade garante que já estão a "trabalhar com os produtores locais na procura de pomares livres desta praga", e por forma a "evitar que situações semelhantes se repitam", e aproveita para reforçar, em particular aos "clientes visados", que é "inofensivo para a saúde" e que se trata de "uma situação pontual".

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