"Estão a iludir os enfermeiros na reposição de escalões remuneratórios e a contagem do tempo, segundo o compromisso do Governo, que está a transformar-se numa peça grotesca e perigosa", lê-se no documento que acompanha o pré-aviso de greve e foi distribuído aos jornalistas.
Em conferência de imprensa, no Porto e cerca de três horas antes da hora prevista para o início da reunião marcada hoje pela Ordem dos Enfermeiros, o SIPE e o SE avançaram que não vão estar presentes na sessão com a bastonária e quiseram avançar com as medidas que consideram pertinentes para a negociação com a tutela.
O SIPE e o SE apresentaram o pré-aviso de uma greve que já tinha sido anunciada em comunicado a 27 de julho e vincaram que constituem fundamentos desta greve a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho para a carreira especial de enfermagem.
Também são reivindicações a anulação ou revogação de quaisquer atos de marcação de faltas injustificadas ou procedimentos disciplinares na sequência de participação no movimento dos enfermeiros especialistas.
O SIPE e o SE - que juntos formam a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE) e representam cerca de 10.000 profissionais - exigem ainda o descongelamento da carreira, afirmando que "o Estado deve aos enfermeiros 13 anos, sete meses e 25 dias nas progressões".
Questionados sobre o porquê de não marcarem presença na reunião convocada pela Ordem dos Enfermeiros, para a qual foram convocados todos os sindicatos do setor, José Pereira Azevedo (SE) e Fernando Correia (SIPE) afirmaram que "a ordem convocou outros movimentos para além dos sindicais" e defenderam que "a Ordem nem se devia meter na esfera sindical".
O pré-aviso de greve diz respeito ao período entre as 00h00 horas de 13 de agosto e as 24h00 de dia 17 do mesmo mês.