O processo remete para 2010, quando um otorrinolaringologista de Barcelos diagnosticou problemas crónicos de amígdalas e uma tumefação da tiroide ao paciente, sugerindo que fosse observado por um cirurgião que exercia na Ordem de São Francisco, no Porto.
Dessa observação resultou a sugestão, aceite pelo homem, de que fosse sujeito a uma amigdalectomia e uma tiroidectomia totais com um único ato anestésico.
A intervenção cirúrgica ocorreu entre as 17h45 e as 21h15 de 08 de outubro de 2010, aparentemente sem problemas, que viriam a surgir e a multiplicar-se até provocarem a morte do paciente às 06h35 da madrugada seguinte.
Na acusação, o MP sublinha riscos acrescidos das duas cirurgias no mesmo tempo anestésico, para concluir que se impunha uma monitorização permanente do paciente muito para além do período em que ocorreu (até ao princípio da madrugada).
O MP acusa mesmo os arguidos de falharem a prudência devida, numa postura que diz ser de "clara" incúria.
A mãe da vítima reclama uma indemnização global próxima dos 130 mil euros.
O início do julgamento esteve marcado para a tarde de hoje no Juízo Local Criminal do Porto, mas o tribunal decidiu reagendar a sessão para 02 de outubro.
Nessa altura, adiantou hoje a juíza, o tribunal deverá conhecer um relatório pedido ao Instituto de Medicina Legal sobre este caso e vai ouvir um perito.