Militar em serviço na RC Africana quer "esclarecer equívocos"

O advogado Ricardo Sá Fernandes, defensor do major Vasco Brasão, da Polícia Judiciária Militar, no processo Operação Húbris, disse hoje que o seu cliente, em serviço na República Centro Africana, "pretende esclarecer os equívocos".

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Lusa
27/09/2018 20:13 ‧ 27/09/2018 por Lusa

País

Tancos

"Não houve a prática de nenhuns ilícitos da parte dele e das pessoas que ele comandou. Há um desfasamento entre instituições, mas nenhuma atividade criminosa", afirmou aos jornalistas Ricardo Sá Fernando à porta do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa onde hoje começaram a ser ouvidos oito detidos no âmbito da investigação ao aparecimento do armamento roubado em Tancos.

Vasco Brasão encontra-se em serviço com o contingente português da força da ONU na República Centro Africana e é alvo de um pedido de detenção feito pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal ao Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).

Segundo Ricardo Sá Fernandes, Vasco Brasão é uma pessoa "impoluta, de grande responsabilidade e de grande prestígio na justiça militar e está desejoso de prestar declarações perante o juiz e esclarecer o equívoco o mais rápido possível".

"O major Vasco Brasão não é um criminoso. Há equívocos, desfasamentos, incompreensões e eventualmente até alguma irregularidade, mas uma atividade criminosa com fins estranhos não corresponde à verdade", acrescentou o advogado.

A Operação Húbris investiga o aparecimento na Chamusca em outubro de 2017 de material furtado em Tancos e, segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".

Para Ricardo Sá Fernandes, o prestígio da instituição Polícia Judiciaria Militar (PJM) também está em causa neste processo e "é algo que importa salvaguardar".

"Pode ter havido comportamentos mais ou menos adequados, mas, à pala deste processo, eliminar a instituição não pode ser. Temos de ter sentido de Estado. A PJM não é um corpo de delinquentes e o major Brasão não é um delinquente como indica a mensagem que está a ser passada", considerou.

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

 

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