"Tanto quanto eu sei, a PSP fez o seu trabalho. Eles estavam já à ordem do Tribunal, portanto, a partir daí ultrapassa aquilo que é a nossa responsabilidade e sobre isso não me pronunciarei", afirmou Isabel Oneto.
A secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, que falava aos jornalistas em Cascais, distrito de Lisboa, à margem da apresentação de um estudo sobre a abstenção em Portugal, acrescentou ainda que "será feita a avaliação relativamente à forma" como aconteceu a fuga dos detidos do Tribunal de Instrução Criminal do Porto (TIC).
Apesar de a secretária de Estado considerar que a PSP fez o seu trabalho, o Comando Metropolitano do Porto abriu uma averiguação interna sobre a fuga, na quinta-feira, dos três suspeitos de assaltar residências de idosos.
"Terá havido uma falha" após a descida dos arguidos às celas do TIC, no piso -2 das instalações judiciais, uma possibilidade que está a ser averiguada internamente pelo Comando Metropolitano da PSP do Porto, disse fonte da PSP do Porto à Lusa, ao final da manhã de hoje.
Questionada hoje à tarde, fonte da direção nacional da PSP explicou à agência Lusa que as zonas de detenção dos tribunais são da responsabilidade da polícia e que, neste caso concreto, competia aos serviços prisionais apenas o transporte dos detidos para cumprimento da prisão preventiva.
Os três suspeitos de dezenas de furtos a idosos no Grande Porto fugiram do TIC na quinta-feira, à tarde, depois de um juiz de instrução lhes decretar prisão preventiva.
Após a fuga, as autoridades policiais desencadearam uma operação de captura, sem resultados até ao momento.
Caso sejam localizados, a PSP pede que seja "dado conhecimento imediato às autoridades policiais" e que as informações úteis com vista à sua localização e captura deverão ser comunicadas para a Divisão de Investigação Criminal.
Os foragidos são dois irmãos gémeos, de 35 anos, mais um cúmplice, de 25, com antecedentes criminais, que foram presentes ao juiz de instrução depois de terem sido detidos em flagrante delito na terça-feira em Baguim do Monte, concelho de Gondomar.
São-lhes imputados pelo menos 30 assaltos violentos, que terão rendido meio milhão de euros em dinheiro e bens, em residências de idosos na zona mais oriental do Porto e em concelhos periféricos, como Gondomar, Valongo ou Maia.
Os alvos do grupo eram pessoas com idades entre os 65 e os 95 anos.