César das Neves relativiza a euforia mediática que rodeia o Papa e acredita que quem estiver à espera de mudanças na doutrina “vai ter uma grande desilusão”, pois Francisco “não quer andar para aí a partir tudo”.
O economista sublinha ainda que o sucessor de Bento XVI tem uma “uma imagem extraordinária”, mas lembra que “João Paulo II, numa primeira década, foi o querido de todos, e de repente, toda a gente dizia mal dele. Também vai acontecer com este”.
“Ninguém gosta do líder, os partidos detestam os chefes, os empregados odeiam os patrões. As pessoas estão treinadas para detestar quem manda. Na igreja não, gostamos mesmo do Papa”, sublinha César das Neves.
Quanto à doutrina, o economista defende que esta é “claríssima, não vamos mudar nada. Não se espera isso. Nem compete ao Papa. Ele não é dono da doutrina. É servo da Igreja”.
Para César das Neves, “as pessoas que fazem essa pressão têm uma agenda própria, que se compreende, mas vão ter uma grande surpresa”, e acrescenta: “Como tiveram com João Paulo II”.
“Estamos habituados a que nos tratem mal. É assim há dois mil anos e ao nosso chefe, crucificaram-no. Quando não me tratam mal fico nervoso. Acho normalíssimo ser criticado. E o Papa também está preparadíssimo para ser criticado”, diz por fim.