Helicóptero da Força Aérea levantou duas horas depois de alerta

O helicóptero da Força Aérea que fez as buscas da aeronave que caiu em Valongo, descolou do Montijo quase duas horas depois de ter tomado conhecimento do acidente, segundo um comunicado daquela força militar.

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Lusa
16/12/2018 22:23 ‧ 16/12/2018 por Lusa

País

Tragédia

Numa nota que descreve os passos seguidos pela Força Aérea no uso das suas competências no âmbito do Sistema de Busca e Salvamento Aéreo, é explicado que foi pelas 19h40 que "a NAV [Navegação Aérea de Portugal] informou que o Helisul 203 "callsign" do helicóptero do INEM, em operação na zona de Valongo, não reportava posição há algum tempo".

Mas o EH-101 Merlin da Força Aérea só levantaria do Montijo às 21h35.

"O Centro de Busca e Salvamento de Lisboa (RCC Lisboa), da Força Aérea, contactou então a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que informou não ser conhecedora de qualquer ocorrência", acrescenta o comunicado.

São depois relatados outros contactos, nomeadamente para a GNR de Baltar - "que informou não ter conhecimento de qualquer ocorrência", para a GNR de Massarelos, "mas o telefone estava indisponível".

Também foi feito contacto para o Comando Territorial da GNR do Porto, e daí "é informado que não haveria conhecimento de qualquer ocorrência".

Mas é através da GNR que o Centro de Busca e Salvamento fica a saber que um popular, através de um telefonema, tinha relatado "ter ouvido um barulho estranho".

É pelas 20h14 que a Força Aérea altera o estado de prontidão do EH-101 de alerta na Base Aérea N.º 6 - Montijo de 45 minutos para 15 minutos em preparação para ativação.

A ANPC informou, pelas 20h26, a Força Aérea que um popular reportou um estrondo entre a Serra de Pias e a Serra de Santa Justa.

É o próprio Centro de Busca e Salvamento que entra em contacto com o popular e este diz que viu passar o helicóptero e que de seguida ouviu um estrondo naquele local.

Às 20h37, refere a mesma nota, foi ativado o Helicóptero EH-101 Merlin em alerta na Base Aérea N.º6 -- Montijo e um minuto depois é informada a ANPC de que a Força Aérea vai enviar um EH-101 para a área de operações.

A informação sobre as últimas coordenadas SIRESP do telemóvel do piloto comandante do Helisul é dada às 21h33.

Dois minutos depois, o EH-101 Merlin descolou do Montijo em direção à zona de operações.

O helicóptero da Força Aérea já em operação na zona do concelho de Valongo, e após reportar condições meteorológicas muito adversas, dirigiu-se para o aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto), onde aterrou e ficou a aguardar melhoria das condições meteorológicas.

Às 1h44 de domingo, a ANPC informou a Força Aérea que pelas 1h29 foram localizados os destroços da aeronave do INEM e às 3h12 o EH-101 Merlin descolou do Porto em direção ao Montijo, onde aterrou pelas 4h43.

A Força Aérea termina o comunicado lamentando a perda de vidas em serviço, dos pilotos, médico e enfermeira, que este sábado cumpriam mais uma missão de emergência médica ao serviço do INEM.

"Com profundo pesar, a Força Aérea manifesta Sentidas Condolências às famílias, amigos e aos nossos camaradas do INEM", conclui.

A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes.

A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.

O Governo determinou à Proteção Civil a abertura de um "inquérito técnico urgente" ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero.

A avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.

 

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