Marcelo Rebelo de Sousa aterrou, esta terça-feira à tarde, em Luanda para uma visita oficial de quatro dias. À chegada, em conferência de imprensa, o chefe de Estado foi questionado relativamente ao ‘incidente’ diplomático entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros português e o Ministério das Relações Exteriores angolano relativamente ao que aconteceu, há umas semanas, no Bairro da Jamaica. Em resposta, o chefe de Estado foi categórico e desvalorizou o assunto.
No seu entendimento, neste momento, o que é “verdadeiramente significativo não são os 'irritantes' do passado, nem os 'insignificantes' do presente, mas sim os importantes do futuro. E estas são as questões concretas da vida dos angolanos e das angolanas, das portuguesas e dos portugueses, desse somatório que estamos a falar de 200 a 300 mil, que vivem cruzados nos dois territórios e que têm problemas concretos de emprego, finanças, sociais, entre outros de vária ordem”.
Para Marcelo, “esses são os importantes. E a diferença entre um político e um estadista é que o político prende-se aos 'irritantes' e aos 'insignificantes' e o estadista olha para os importantes”.
Desvalorizando o tema que esta segunda-feira marcou a atualidade política nacional, o Presidente da República optou por centrar-se no facto de se sentir “muito feliz” neste primeiro momento de regresso a uma casa que sente também como sua, “como nossa, porque represento aqui Portugal”.
Marcelo aproveitou ainda a oportunidade para recordar o momento em que esteve em Luanda para testemunhar a tomada de posse de João Lourenço. “O meu estado de espírito era essencialmente de expectativa e de esperança relativamente a um novo ciclo político nas relações entre os povos e os estados irmãos de Angola e Portugal e Portugal e Angola”, frisou.
Volvido um ano e meio, o chefe de Estado volta com o um estado de espírito renovado, pleno de “confiança no futuro partilhado, no futuro comum a estas duas grandes pátrias, Angola e Portugal”. E esta confiança nasce “em particular nos últimos seis meses, com a visita do primeiro-ministro de Portugal a Luanda que foi essencial. E com a visita histórica do senhor Presidente da República de Angola, João Lourenço, a Portugal e com aquilo que foi sendo vivido”.
A estes factos, Marcelo aditou ainda “o trabalho desenvolvido por embaixadas e embaixadores, o trabalho promovido por governos, em particular pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal e o das Relações Exteriores de Angola, mas também por inúmeros departamentos. Trabalho esse que se verá nos próximos dias”, assegurou.
Recorde-se ainda que Marcelo Rebelo de Sousa viajou desde Lisboa num Falcon da Força Aérea Portuguesa, que aterrou no Aeroporto Internacional pelas 16h50 locais (15h50 em Lisboa), em Luanda, após escalas em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe.
À chegada, o chefe de Estado foi recebido na pista do aeroporto pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto, e pelo governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova, com alas militares de cortesia.
[Notícia atualizada às 16h48]