Almaraz: Prolongamento da central para além dos 40 anos "é enorme risco"

O presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente afirmou hoje que está preocupado que as empresas elétricas espanholas proprietárias da central nuclear de Almaraz tenham acordado prolongar a sua operação para além dos 40 anos.

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Lusa
01/04/2019 13:12 ‧ 01/04/2019 por Lusa

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"Preocupa-nos muito que as três empresas de energia elétrica que são proprietárias de Almaraz tenham acordado em prolongar a operação da central para além dos 40 anos. Isso é um risco enorme para o rio Tejo e para toda esta região", afirmou Pedro Soares.

A Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação deslocou-se a Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, onde iniciou uma visita de dois dias a municípios situados ao longo do rio Tejo.

Pedro Soares explicou que ao longo destes três anos e meio de legislatura a comissão tem feito um "grande esforço" no sentido de alertar a opinião pública, de mobilizar as autarquias, os responsáveis da administração central e os ambientalistas para os problemas que afetam o rio Tejo.

"O nosso foco principal é o rio Tejo, que tem estado a ser utilizado como um recurso, e, de facto, cada vez mais, tem que ser encarado como um sistema ambiental e ecológico que tem que ser preservado", sustentou.

Adiantou que a visita tem ainda como objetivo fazer um balanço da evolução que houve em relação ao rio Tejo.

"Houve alguns aspetos positivos. Aquilo que se passou com as celuloses e a despoluição, a retirada das lamas do rio, foi muito positivo. Foi um avanço muito significativo", sublinhou.

Contudo, alertou também para o surgimento de outros problemas que afetam o rio Tejo, como o avanço da cunha salina que prejudica as atividades agrícolas ou os problemas relacionados com os caudais ecológicos e com os caudais mínimos.

"Com este problema de seca ressurgiu e, de facto, é um problema grave que temos que enfrentar. O rio Tejo é uma preocupação constante e tem que ser encarado com uma preocupação constante. Estes problemas são uma questão central para esta comissão do ambiente, tem sido e vai continuar a ser", sublinhou.

Pedro Soares realçou ainda que a lei-quadro da água e a diretiva europeia sobre a água previam que, até 2015, Portugal devia ter as suas massas de água de boa qualidade.

"Esse objetivo teve que ser prolongado para 2027, o que significa que as nossas massas de água não estão em condições e continuam a sofrer uma pressão enorme de poluição e de utilização desadequada", concluiu.

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