O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, reagiu de forma cáustica, em entrevista à Record TV Europa, exibida esta terça-feira no programa ‘Fala Portugal’, às críticas de José Sócrates.
“Em relação à pessoa em particular, eu não debato com criminosos pela televisão. Então, não vou fazer mais comentários”, atirou o governante brasileiro, quando desafiado a comentar as declarações do antigo primeiro-ministro português.
Sérgio Moro, sublinhe-se, está em Portugal no âmbito do VII Fórum Jurídico de Lisboa, e teceu alguns comentários sobre a Operação Marquês, dizendo que tanto em Portugal como no Brasil há “dificuldades institucionais” para fazer avançar este tipo de processo.
“O que observo à distância no caso do ex-primeiro-ministro português é que há um trabalho, têm sido feito esforços consideráveis para o apuramento de provas e para processar, mas, segundo algumas autoridades portuguesas com que falei, não há previsão de término desse processo", disse aos jornalistas.
José Sócrates comentou estas afirmações acusando o Brasil de viver uma “desonesta instrumentalização do seu sistema judicial ao serviço de um determinado e concreto interesse político”. Segundo o ex-primeiro-ministro, isto “é o que acontece quando um ativista político atua disfarçado de juiz”, numa alusão clara a Moro.
José Sócrates referiu ainda que o atual ministro brasileiro, enquanto juiz, validou “ilegalmente uma escuta telefónica” entre a então Presidente da República, Dilma Roussef, e o seu antecessor na chefia do Estado brasileiro, Lula da Silva.