A reunião desta tarde entre a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) não correu da melhor forma.
À saída do encontro, o porta-voz do SNMMP disse aos jornalistas ter ficado “surpreendido” com a forma como a ANTRAM dirigiu a reunião e garantiu que, se ao fim de uma semana não houver acordo, os motoristas vão avançar para nova greve.
Isto mesmo disse Pedro Pardal Henriques à saída da reunião que hoje se realizou depois de ter acusado os representantes da ANTRAM de não se terem “preparado” para o encontro.
“É lamentável ter-se passado este tempo todo desde o pré-aviso de greve e hoje a ANTRAM dizer que está surpreendida com o que estamos a reivindicar”, disse o responsável aos jornalistas, frisando que os dois pontos principais que estão em cima da mesa de negociações são o “reconhecimento oficial da categoria de motorista de matérias perigosas” e ainda uma atualização do salário base para cerca de 1.200 euros, o equivalente a “dois salários mínimos nacionais”.
Apesar de não ter gostado da forma como a ANTRAM dirigiu a reunião de hoje, o sindicato deu uma semana à associação empresarial do setor para chegar a uma “solução”.
“Estaremos aqui no próximo dia 7. Até lá, a ANTRAM tem uma semana para nos dar uma resposta, caso contrário, teremos que utilizar os meios que estão ao nosso alcance para reivindicar os nossos direitos”, avisou, adiantando que “um destes meios será um novo anúncio de greve”.
Pedro Pardal Henriques lembrou que os motoristas interromperam a greve “porque a ANTRAM se comprometeu a negociar connosco” e, no entanto, “hoje disseram que não estavam preparados”.
“Não sei se pensavam que vínhamos brincar, mas estas pessoas estão habituadas a trabalhar 18 horas por dia, não estão para brincar”, avisou o sindicalista que fez questão de frisar: “A partir deste prazo não concederemos mais prazo algum para que se chegue a consensos”.
Recorde-se que, a 15 de março, os motoristas de matérias perigosas deram início a uma greve que durou três dias e que deixou os postos de combustível, de norte a sul do país, vazios, lançando o caos e obrigando o Governo a intervir e a decretar uma requisição civil.