Existe um urso-pardo a viver em Portugal, com a sua presença a ter sido detetada no Parque Natural de Montesinho, em Bragança, pese embora se acreditasse que esta era uma espécie que estava extinta em Portugal há 176 anos.
E agora sabe-se que o animal consumiu 50 quilogramas de mel presente nas colmeias do apiário de Luís Correia.
O facto foi revelado pelo dono do mel à TVI24, explicando que foi o desaparecimento e esvaziamento de colmeias que fez levantar as suspeitas.
Contactado o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os especialistas logo descobriram que o responsável pelo desaparecimento de 50 quilos de mel era o urso, tendo em conta as pegadas e o pelo deixado no apiário.
Recorde-se que as autoridades regionais espanholas disseram à agência Lusa que o animal avistado na região de Sanabria "pode pertencer" à subpopulação ocidental da Cantábria, que tem cerca de 280 exemplares e a julgar pelos sinais detetados, pode ser um adulto em dispersão, de acordo com o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora.
O último urso pardo que viveu em Portugal foi morto em 1843 no Gerês, depois de ter existido em todo o país, assegura o livro 'Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção', de Paulo Caetano e Miguel Brandão Pimenta, publicado em 2017.
Na investigação que deu origem ao livro os autores chegaram a uma notícia da morte do último urso em Portugal em 1843, abatido pela população no Gerês, o que foi uma surpresa. "Os últimos dados que comprovavam o desaparecimento do urso referiam-se a 1650, também no Gerês".
Segundo os autores, em Espanha, o urso também foi regredindo no território e refugiou-se nas altas montanhas, nas Astúrias, onde também esteve ameaçado, mas as autoridades espanholas adotaram medidas de conservação e os dois grupos populacionais da espécie estabilizaram.