Europeias: Escolher não escolher também é opção legítima, diz Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que gostava que houvesse "menos portugueses que escolheram não escolher", mas considerou que essa é uma "opção perfeitamente legítima".

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Lusa
27/05/2019 00:24 ‧ 27/05/2019 por Lusa

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Comentando a elevada taxa de abstenção das eleições europeias durante uma ação do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "é uma escolha, como tudo na vida" e salientou que caberá agora aos partidos lidar com o desafio de mobilizar os eleitores para as próximas eleições.

As eleições para o Parlamento Europeu registaram no domingo a taxa de abstenção mais elevada de sempre em Portugal, de 68,6%, mas o número de votantes foi superior em cerca de 30 mil.

"Eu não escondi no meu apelo como gostaria que houvesse menos portugueses a escolherem não escolher, mas eu respeito todos os portugueses e é uma opção perfeitamente legítima. Aceitar a escolha que os 30 e pouco por cento acabaram por fazer é uma escolha como tudo na vida", disse o chefe do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "a abstenção significa que há um conjunto de cidadãos que, perante o leque de escolhas, [...] entende que a melhor solução é não escolher" e aconselhou as formações políticas e os candidatos a adaptarem os seus discursos e propostas, eleição a eleição, "porque não há duas iguais", de forma a "sensibilizar, motivar, mobilizar aqueles que escolhem não escolher".

Mesmo assim, o Presidente da República admitiu que esperava pior: "apelei ao longo dos meses e mais próximo das eleições no sentido de se evitar o que eu temia. Temia pior, uma abstenção de 75 a 80%. Não se atingiu esse valor, mas houve um aumento de percentagem de abstenção, o que significa que um número muito significativo de portugueses escolheu não escolher", constatou.

Para o chefe de Estado, isso significa que "todos aqueles que terão responsabilidade nos próximos atos eleitorais", nomeadamente as eleições legislativas de 06 de outubro, e que quiserem "fazer vingar os seus pontos de vista" terão de tomar "isso em linha de conta, tentando que esses que escolheram não escolher" optem pelas suas propostas.

Sobre a distribuição dos lugares no Parlamento Europeu, o chefe de Estado destacou que há "uma maioria clara pró-europeia".

"No que respeita a Portugal, podemos dizer que é uma maioria clara pró-europeia", salientou, acrescentando ainda que aquilo que se previa, a subida de forças críticas ou muito críticas da Europa, "aparentemente não ocorreu".

No entanto, os partidos políticos europeus devem "olhar para o futuro" e "tirar as lições no sentido de mobilizar os eleitores e reforçar o projeto europeu", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, por outro lado, que só nas eleições legislativas de 06 de outubro irá exercer as suas competências constitucionais e só nessa altura terá de formular "um juízo sobre os resultados eleitorais".

"Neste momento, o que tenciono fazer, nos dias 06 e 07 de junho, é ouvir os partidos políticos sobre a situação política, económica e social portuguesa e ouvi-los sobre as perspetivas" da próxima campanha eleitoral, referiu.

O chefe de Estado saudou ainda os candidatos eleitos, apelando a que defendam a posição de Portugal e dos portugueses no Parlamento Europeu "num momento decisivo para a Europa e para Portugal".

Portugal elege 21 dos 751 eurodeputados ao Parlamento Europeu.

 

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