Costa considera Agustina Bessa-Luís "das mais notáveis escritoras"

O primeiro-ministro considerou que Portugal perdeu hoje uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas, salientando que a obra de Agustina Bessa-Luís constitui "uma imensa tela sobre a condição humana".

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Lusa
03/06/2019 13:40 ‧ 03/06/2019 por Lusa

País

Agustina Bessa-Luís

Numa nota de pesar publicada na rede social Twitter, António Costa apresenta as suas sentidas condolências à família e amigos de Agustina Bessa-Luis, que faleceu hoje, no Porto, aos 96 anos.

"Portugal perdeu uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas. Como toda a grande literatura, a obra de Agustina Bessa-Luís é uma imensa tela sobre a condição humana, sobre o que temos de mais misterioso e profundo. Sentidas condolências à família e amigos", escreveu o primeiro-ministro.

O Governo, por indicação do primeiro-ministro, decretou para terça-feira um dia de luto nacional pela morte da escritora Agustina Bessa-Luís, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do executivo.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há cerca de duas décadas.

O nome de Agustina Bessa-Luís saltou para a ribalta literária em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, que constam de uma lista de galardões que inclui igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e que voltou a receber em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Jóia de Família".

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Sobre Agustina, o ensaísta Eduardo Lourenço, em declarações à Lusa, no final da cerimónia da entrega deste prémio à autora, há pouco mais de três anos, disse que a sua obra é "incomparável". É a "grande senhora das letras portuguesas".

Agustina recebeu ainda os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

O funeral realiza-se na terça-feira, segundo a mesma fonte.

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