Carlos Felizardo tomou hoje posse para comandar um efetivo de 600 guardas repartido por cinco destacamentos e 18 postos, num distrito onde a GNR só não tem sob a sua alçada as duas maiores cidades, Bragança e Mirandela, e é responsável por toda a restante área dos 12 concelhos.
O novo comandante é natural do distrito vizinho de Vila Real, mas já conhece "a casa", depois de ter chefiado, entre 2016 e 2018, as Relações Públicas e Investigação Criminal no Comando Territorial de Bragança.
Carlos Felizardo tem como objetivo "manter os altos níveis de segurança e, se possível, melhorar", e tem como "uma grande preocupação "o despovoamento que se verifica" nesta região e as consequências nos mais velhos.
"É isso que nos preocupa e é aí que há os programas de acompanhamento aos idosos, e penso que nesse sentido o comando tem feito um bom trabalho, mas vamos tentar ainda fazer com que as coisas sejam melhores, exatamente porque as pessoas estão cada vez mais isoladas", concretizou.
À questão sobre se os recursos são suficientes, o novo comandante defende que o que há a fazer é "tentar otimizar os que estão à disposição", nomeadamente libertando efetivo de "atividades que, às vezes, sejam mais saturantes e que possam ser feitas de outra maneira, utilizando as novas tecnologias, para as áreas que não estejam a ser guarnecidas".
O discurso do novo comandante vai ao encontro das preocupações dos autarcas locais, como as do presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, que espera que "continue a haver cooperação institucional, mas acima de tudo que a GNR cumpra o seu papel no território e de uma forma que os cidadãos sintam a sua proximidade".
"Eu acho que é o mais importante nos nossos territórios que estão deveras despovoados, que aqueles que vivem nas aldeias com menos gente não se sintam sozinhos e que se sintam em segurança. E, às vezes, a simples presença, o simples avistamento das forças da GNR é um sentimento de segurança que as populações têm e isso é muito importante", considerou.
Num concelho agrícola onde o despovoamento obriga a recorrer a mão-de-obra de fora, o autarca contabiliza mais de uma centena de cidadãos estrangeiros a residirem permanentemente e que chegam a quadruplicar no pico das campanhas da vindima e da maçã.
"Têm uma importância muito grande nos trabalhos agrícolas, mas no que respeita a segurança, eles estão perfeitamente integrados e não se põem problemas respeitantes a segurança", afiançou.
Também o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, enalteceu o trabalho que a GNR tem vindo a fazer "a favor dos cidadãos" e reiterou a importância de dar atenção às "debilidades do território" que se prendem com "o abandono, a idade avançada" dos residentes.