De acordo com a mesma fonte, os primeiros cinco camiões-cisterna com matérias perigosas partiram da sede da CLC - Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras de Cima, concelho da Azambuja, distrito de Lisboa, para abastecer o aeroporto.
"A GNR escoltou os motoristas e funcionou tudo normalmente. Correu tudo em ordem", garantiu.
Mais de uma centena de motoristas estão concentrados em piquete desde a noite de domingo, tendo a greve começado à meia-noite.
Hoje de manhã, cerca das 7h00, o porta-voz dos motoristas de matérias perigosas, o sindicalista Pardal Henriques, acusou associação de transportadores de mercadorias Antram de ter subornado os primeiros motoristas que saíram de Aveiras de Cima para iniciarem funções.
"Os primeiros que saíram foram pessoas subornadas", disse, indicando que os cinco primeiros motoristas a iniciar funções "entraram por trás [das instalações] para não serem vistos e "saíram escoltados".
O sindicalista reiterou não ter tido acesso às escalas de motoristas que irão cumprir os serviços mínimos, referindo, no entanto, que vários motoristas acusam colegas de terem saído subornados para não fazerem greve.
"As responsabilidades serão apuradas, estamos a reunir provas", disse, remetendo um ponto da situação para mais tarde.
Pardal Henriques admitiu que alguns motoristas em greve estão presentes nas rotundas que ficam à saída da CLC a "sensibilizar para a greve", sublinhando estarem a fazer algo "perfeitamente legal e normal" e garantindo não estarem a ser feitas "quaisquer ameaças".
Os motoristas cumprem hoje o primeiro dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da associação patronal Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Neste âmbito, o primeiro-ministro, António Costa, desloca-se hoje pelas 9h30 à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e assiste ao briefing operacional para avaliar o desenrolar dos acontecimentos.