"Não existe um Portugal B como não existe um planeta B". A afirmação é do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que, esta segunda-feira, marcou presença em Nova Iorque, na Cimeira da Ação Climática, e onde, aliás, estão reunidos 193 estados-membros das Nações Unidas.
Nesta Cimeira, que pretende ser palco para anunciar compromissos e projetos concretos para o reforço do combate às alterações climáticas, o Presidente da República reconheceu que Portugal alcançará os desafios da neutralidade carbónica "descarbonizando inteiramente os sistema de energia e mobilidade e através de resoluções baseadas na natureza".
Recorde-se que Portugal se comprometeu internacionalmente com o objetivo de redução das suas emissões de gases com efeito de estufa por forma a que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera seja nulo em 2050. E, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, "estamos no bom caminho para a neutralidade carbónica em 2050, envolvendo a sociedade civil e o setor privado, preservando a biodiversidade, os habitats naturais e criando emprego".
"A próxima década é crítica. Por isso, reforçámos a nossa ambição para 2030 com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% em comparação com 2005, atingir uma meta de eficiência energética de 35%, e ter 80% da eletricidade gerada por fontes de energia renovável, incluindo uma total eliminação do carvão", salientou.
O Presidente da República referiu ainda que Portugal já alcançou 54% de energias renováveis na produção elétrica, impôs uma taxa de carbono, começou a eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis, e está a reparar a degradação dos ecossistemas marinhos.
Revelou o chefe de Estado aos representantes de estados-membros das Nações Unidas que na Conferência sobre os Oceanos que Portugal e Quénia vão organizar, em Lisboa, será desenvolvido um painel com vista a uma economia dos oceanos sustentável baseada numa ação climática.
"Depende de nós, líderes políticos, dar o exemplo", reconheceu, acrescentando que "esta Cimeira do Clima é um ponto de partida novo, irreversível para o futuro que não podemos adiar. Que não se diga que falhamos nesta altura crítica. Nós não vamos falhar", rematou.
Recorde-se que Portugal estará representado na cimeira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.